Crítica: O Primeiro Dia da Minha Vida (2023)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Se você está precisando de um filme para lhe dar motivação, é esse!


A comédia O Primeiro Dia da Minha Vida é dirigida pelo excelente Paolo Genovese, diretor também de “Perfeitos Desconhecidos”, filme que teve uma boa recepção do público em 2016.

Sendo um mestre nos diálogos reflexivos e propícios ao debate, ele cria a história de quatro pessoas que estão em um momento difícil de suas vidas e a única resposta que conseguem achar, é o suicídio. Um homem misterioso chamado Uomo, interpretado por Toni Servillo, acaba resgatando essas pessoas e pedindo uma semana para refletirem se é realmente a melhor opção. Cada membro desse quarteto, possuem seus próprios conflitos para lidar diariamente.

Arianna (Margherita Buy) é uma policial que perdeu sua filha e não consegue achar um motivo para continuar. Emilia (Sara Serraiocco) é uma ex-atleta olímpica que possui a superstição de que sempre ficará em segundo lugar. Já Napoelone (Valerio Mastandrea) é um palestrante que tem a motivação como seu trabalho, mas não consegue atribuir a sua vida pessoal. E por último, tem o jovem Daniele (Gabriele Cristini) que morre por ingerir uma enorme quantidade de donuts para tentar alcançar um número de visualizações no YouTube.

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Cada cena é muito detalhada em mostrar para o público, como nós reagimos aos fatores da vida e como nossas reações tem certo impacto em outras pessoas. Desde o início, a utilização de comédia e de leveza com a vida por parte de Uomo, nos traz uma percepção madura e filosófica de como devemos realmente viver cada dia.

A negação, o luto, a surpresa em como será a realidade de cada ente querido após a morte e até mesmo a vida pós-morte, faz com que eles encarem a situação com outro olhar.

É notável a semelhança com o filme “A Felicidade Não Se Compra”, de 1946, dirigido por Frank Capra. A narrativa de haver um anjo ou algo misterioso que os façam reconsiderar sobre o suicídio é presente em ambos os filmes, assim como a belíssima atuação nas diferentes realidades.

O filme consegue nos prender até o final, questionando quem irá ficar e quem decide ir. A atuação de todos eles foram incríveis, de modo que acabamos nos envolvendo com a decisão final de cada pessoa.

Para quem está iniciando no cinema italiano, essa é uma obra digna de apresentar como indicação. Necessário para entendermos que no final, todos somos relevantes.


Veredito

É um filme excepcional, que consegue colocar-nos em uma posição de deixar o julgamento sobre o suicídio de lado, e verificar as vertentes para analisar se há possibilidade da ajuda.

9,5/10

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