Crítica: Plano 75 (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Um filme que consegue nos fazer pensar no quão difícil é ser idoso neste mundo


Sob direção de Chie Hayakawa, “Plano 75” foi vencedor do Festival de Cannes de 2022 e quase entrou na lista de indicados ao Oscar em 2023, devido a sua enorme significância do cenário mundial.

Tratando-se especificamente do Japão, país onde a taxa de natalidade é extremamente baixa, esse drama traz uma distopia onde o governo japonês cria um projeto de eutanásia para idosos a partir dos 75 anos.

Como uma forma de “incentivo”, cada pessoa terá alguns benefícios caso seja aceita a proposta. E trazendo essa história para o cenário onde idosos sentem-se como um fardo para suas famílias e até mesmo, seus países, eles veem o projeto como solução.

Michi (Chieko Baisho), é uma senhora que mesmo possuindo filhos, não é auxiliada por eles. Ela está em um momento triste, onde precisa de um emprego para se manter, mas como já está muito debilitada, ninguém a contrata. Ela se vê obrigada a entrar neste projeto.

Hayato Isomura interpreta o vendedor desse Plano 75, só que se vê sem rumo quando ele acaba vendendo para o seu tio.

Stefanie Arianne atua como a Maria, uma filipina que vai ao Japão em busca de recursos para salvar sua filha.

 

Todos esses personagens acabam se entrelaçando e questionando-se se a morte realmente deve vir desta maneira.


Veredito

A forma que a diretora abrange esse universo esquecido dos idosos, nos faz refletir se estaríamos aqui vivendo dessa forma, caso eles não contribuíssem para isso. O egoísmo e a falta de sensibilidade política não nos comovem mais, mas o fato de familiares menosprezarem alguém que os criou só porque envelheceram, é algo para pensarmos. Um filme perfeito para analisarmos o quão sozinhos poderemos estar em alguns anos, apesar de toda a nossa contribuição.

8/10

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