Crítica: E o Vento Levou (1939)

Um dos melhores filmes de todos os tempos


Iniciando a sessão de filmes antigos, não poderia começar com um diferente: E o Vento Levou. O filme que fez parte da Era de Ouro do cinema e apesar das necessárias críticas em torno da história, ainda é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.

Tendo como período histórico a Guerra da Secessão nos EUA, o filme relata duas horas da vida de Scarlett O’Hara (Vivian Leigh). Scarlett, no início, era apenas uma garota mimada que possuía uma imensa facilidade de ter todos os homens em seus pés. Mas havia um que ela nunca conseguia, que era Ashley Wilkes (Leslie Howard), que além de encantador, só tinha olhos para Melanie (Olivia de Havilland), uma linda mulher que todos conheciam pela simpatia, contrário de Scarlett.

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Em meio a essa ilusão amorosa, Scarlett tenta fazer de tudo para Ashley escolher ela do que Melanie, mas o mesmo não consegue tal proeza. Ela acaba até sendo viúva duas vezes antes de conhecer Rhett Butler (Clark Gable), conhecido por ser um perigoso jogador de cartas que acaba se apaixonando por Scarlett. Durante a Guerra, Melanie fica frágil e precisa da ajuda de O’Hara para viver. Scarlett acaba encontrando forças e adquire uma enorme maturidade para lidar com isso sozinha.

Ao ver que Ashley estava na guerra, ela se casa com Rhett contra a sua vontade, e os dois acabam tendo uma filha. Rhett percebe que ela não o ama e nunca, de fato, o amou. Ainda presente, mas totalmente presa a cama, Melanie cita que Scarlett tem a sorte de ter alguém que a ame.

O filme em si foi indicado a várias categorias do Oscar, mas uma em específico marcou a história do cinema. A atriz Hattie McDaniel, que fazia o papel de escrava no filme, se torna a primeira pessoa negra a receber a estatueta. A polêmica a respeito disso foi em um evento do filme em Atlanta, onde devido a lei de segregação racial, Hattie foi impedida de entrar no próprio evento.

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Saindo para o contexto histórico-social, o paralelo dessa história, é que ocorreu cerca de 16 anos antes de Rosa Parks, por exemplo. Isso nos mostra como o racismo na indústria e na sociedade em si, era ainda muito presente. Houve também a longa demora para a produção do filme, que recebeu uma espera de dois anos para ser iniciado. A troca em massa dos diretores e a difícil escolha de quem seria a Scarlett geram um processo massivo para a produção.

Voltando para a atuação de modo geral, Vivian Leight dá um show interpretando Scarlett. Ela é fofa, esnobe, romântica e desprezível, tudo no mesmo filme. Ela encaixa seu romance com Clark Gable, que também é um talento nato da era de ouro. Ele atua em outros filmes românticos conhecidos devido ao seu charme atemporal.

Não há outro modo de finalizar a crítica sem a lendária frase de Clark Gable durante as cenas finais: “Francamente, minha querida, eu não dou a mínima”.


Veredito

Para quem deseja saber um pouco mais a fundo da história do cinema, aconselho a iniciar por essa vertente. Mostra como funciona a principal época do cinema e quais foram as consequências para as décadas futuras. Sem contar na importância que esse filme fez para a representatividade e para a compreensão da história dos EUA.

10/10

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