Crítica: Veja Como Eles Correm (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


 “Não tome decisões precipitadas”.


Agatha Christie é a romancista mais bem sucedida da história da literatura e uma verdadeira referência dos romances policiais. Ela popularizou “Whodunit” (Quem matou), não é à toa que ganhou a alcunha de “Rainha/Dama do Crime”.

Veja Como Eles Correm tem a proposta de homenagear a escritora e ser um “Whodunit” com elementos de comédia. É bom lembrar que esse é o primeiro trabalho do Tom George como diretor, então além do cineasta ter um trabalho grande de dirigir um elenco cheio de estrelas, ele também tem o trabalho de buscar sua originalidade como diretor. O longa tem o pano de fundo da peça de teatro da própria Agatha Christie, A Ratoeira. Temos uma narrativa que gira em torno de um assassinato de teatro, mas o mistério é interessante o suficiente para instigar o público até o fim da obra? Bem, é uma pergunta difícil de responder.

Seu mistério não é nada inventivo, não digo isso do sentido de diminuir o longa, mas aqui ele tinha um potencial de fazer um mistério bom e construir uma reviravolta maluca. Porém ele fica no campo de não ir longe demais.

O humor tem o objetivo claro de fazer piadas dos clichês de “Whodunit”, portanto, vamos ter situações dos personagens brincando com a estrutura de investigação dos filmes que é um ponto positivo, pois o humor é bem aplicado nesse quesito. É divertido quando o longa entra nessa onda e começa brincar com os conceitos, entretanto o seu humor vira seu inimigo durante seu último ato.

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O longa faz tantas piadas sobre o mistério do assassino que quando ele é revelado, não existe se quer um ar de surpresa, apenas é mórbido. Não tem o peso da revelação.

Apesar dos seus problemas narrativos com seu próprio mistério, o George conseguiu dirigir seu elenco de grandes estrelas, ele conseguiu extrair boas atuações, mas o destaque fica realmente para a Saoirse Ronan (Lady Bird) que tem uma performance ótima e entrega uma personagem carismática. Mas não diria isso do seu colega de cena, Sam Rockwell (Três anúncios para um Crime) que tem uma atuação fraca, pois seu personagem é desinteressante. E olha que Rockwell é um grande ator, mas sua performance não ajuda criar um vínculo com o personagem.

Uma parte que o longa não decepciona é sua parte técnica. Quero destacar sua montagem que tem uma execução frenética que ajuda o longa a andar bastante. Uma trilha sonora bem trabalhada e uma fotografia que transporta o telespectador para os anos 50, mérito total para a equipe da obra.

Falando dos anos 50, o longa tem um trabalho competente de recriar o cinema dessa época, é extremamente vivo a ambientação dos seus cenários. A exploração dessa época é básica, então não espere muita coisa além de referências e pôsteres de filmes famosos da década.


Veredito

 Apesar do seu mistério fraco, é um filme “Whodunit” básico que agradará com seu elenco carismático e uma homenagem bonita à Agatha Christie.

6/10.

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