Crítica: Legends of Tomorrow (6ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Uma história cativante, mas um péssimo vilão.


Legends of Tomorrow continua maluca e estranha desde sempre, e ainda mais em sua sexta temporada. Com a quinta temporada deixando um gancho para o novo ano, mostrando Sara (Caity Lotz) sendo abduzida por aliens, a série da CW ficou ainda mais esquisita. Antes, lidando com vilões como Vandal Savage e anacronismos temporais, o show se reinventou para fazer as Lendas lutarem contra alienígenas. E isso é a cara do programa mais divertido da DC, ao lado de Patrulha do Destino. Porém, apesar disso, a série não repetiu o feito incrível da temporada anterior, e apresentou um dos piores vilões do Arrowverse.

A cada ano que passa, a equipe troca um membro por outro. Com as saídas de Ray Palmer (Brandon Routh), Nora (Courtney Ford) e Charlie (Maise Richardson-Sellers), estava nítido que os roteiristas precisavam de novos personagens. E isso nos leva à Spooner (Lisseth Chavez), a peça fundamental na luta contra os aliens. Além disso, a série teve de reinventar Astra Logue (Olivia Swann), Gary (Adam Tsekhman), Mick (Dominic Purcell) e Sara. Astra tentaria suprir John Constantine (Matt Ryan), enquanto Gary mostra seu verdadeiro “eu” e Sara luta para voltar à nave. Já, Mick, os escritores tiveram outros planos, mudando o personagem para algo que o fã nunca imaginou, talvez pior. Não que sua personalidade não estava boa, como em outras temporadas, mas sua subtrama não convenceu, apesar de ser um tanto cômica.

Legends-of-Tomorrow-Sara-Lance-hugs-Ava-Sharpe

Como dito no parágrafo anterior sobre as trocas de personagens e mudanças dos que ficaram na série, muito se pensou que o show não iria se sustentar tanto com a perda de Ray. A saída de Routh deixou um buraco enorme, que precisou ser tapado, mas não conseguiram. O herói que era o mais extrovertido da equipe, fez bastante falta nesta temporada, porém, alguns personagens conseguiram estabelecer um pouco mais o alívio cômico e suprir a ausência.

Separando em duas partes, a primeira parte da temporada focou nas Lendas tentando resgatar Sara, enquanto a segunda revelou o real plano do vilão Bishop (Raffi Barsoumian). Bishop é um vilão esquecível e clichê, além de megalomaníaco, e nada que envolva ele é realmente satisfatório. Suas ambições são como de qualquer outro vilão das séries do Arrowverse: Destruir o mundo. Apesar da sexta temporada apresentar o pior vilão da série, a história de fundo em si é muito interessante, e que cavou ainda mais o protagonismo de Constantine. Se por um lado, subtramas como de Mick e Gary não tenham sido boas, por outro, a história background de Constantine é impecável. Não há aquilo de “desculpe, vou voltar ao normal”. Há apenas o trapaceiro e mago John Constantine como conhecemos, com Matt Ryan em sua melhor performance. Ryan incorporou o personagem como nunca, para uma última vez na série, mostrando sua capacidade de poder ser o britânico excêntrico em outras séries.

There Will Be Brood

Se por um lado, a nova temporada sofreu com tramas óbvias, por outro, teve momentos inesperados para Sara e Constantine, além de ótimas atuações. É impossível não tecer elogios para Ryan e também para Caity Lotz, que realmente brilharam. Ambos foram os protagonistas do sexto ano. Mas, a surpresa fica para Lisseth Chavez e Shayan Sobhian, intérprete de Behrad, além de Tala Ashe como Zari e Jes Macallan como Ava. No entanto, os personagens de Nick Zano e Purcell foram subutilizados, principalmente de Purcell, que decaiu de uma temporada para outra. Foi o momento certo para o ator deixar o show. Além de serem subutilizados, é ainda mais desagradável ver que nenhum personagem usa seu traje, como o Gládio de Zano ou Sara de Lotz. A CW precisa rever estes conceitos aí…

Vale lembrar que, para uma série com orçamento limitado, Legends of Tomorrow ainda teve bom uso dos efeitos especiais. No mínimo, competentes, comparando com a primeira temporada. É claro que não há nada espetacular, mas há uma melhoria, enquanto The Flash e Supergirl amargam com péssimos efeitos especiais. Pode-se dizer que LoT levou sorte, mesmo com o alto nível de produção de Superman & Lois

O grande erro na sexta temporada, é a inconsistência de algumas subtramas, com uma em específica tendo sido deixada de lado, e na motivação do vilão. Na verdade, ele não possui nenhum motivo óbvio para fazer o que fez. Mas, mesmo assim, o roteiro consegue centrar em seu caminho, mesmo que fique algumas pontas soltas, além de um gancho muito inesperado para a sétima temporada. No mais, a sexta temporada cumpre o que os escritores haviam prometido, e possui um resultado satisfatório. 

Legends-of-Tomorrow-Season-6-Finale


Veredito

Legends of Tomorrow não brilha com sua sexta temporada, assim como fez no quinto ano. Apesar de apresentar uma nova personagem, com sua interessante subtrama, e possuir uma das melhores histórias de background do Arrowverse com John Constantine, o sexto ano desliza em uma trama óbvia e superficial, além de um vilão trivial. Isto apenas demonstra o começo do desgaste que a série pode ter, caso seja prolongada por mais temporadas.

6,5/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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