Crítica: The Last of Us (1ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Série brilha ao adaptar o jogo e ao criar sua própria essência.


Desde que filmes baseados em videogames começaram a existir, criou-se a famosa “maldição das adaptações de games”. Não é surpresa que a grande maioria das obras que tentaram adaptar games para filmes e séries não deram muito certo. Poucas produções conseguiram acertar, como as séries animadas Castlevania e Arcane.

Mas faltava ainda uma obra que fizesse isso com total maestria, que adaptasse o jogo e ainda criasse sua própria essência. Fico feliz em falar que The Last Of Us é essa obra.

Com nove episódios ao todo, a série é baseada no jogo de mesmo nome da Naughty Dog lançado em 2013. O tom geral da adaptação é de total fidelidade ao material original, mas não sem pequenas mudanças que expandem e enriquece o universo e a narrativa da franquia.

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Reprodução: HBO Max

A produção foi comandada por Craig Mazin, da aclamada série Chernobyl, e Neil Druckmann, diretor criativo do game. A dupla se juntou para unir experiências de mídias diferentes para criar uma narrativa que traduz muito bem na hora de levar o jogo para uma série de televisão. Sabendo muito bem “cortar” momentos que não fariam sentido em uma série, e adicionar novos acontecimentos para amarrar o roteiro.

Assim, o roteiro segue o material original, mesmo fazendo mudanças no seu percorrer, que trazem novos personagens e histórias. Algumas pessoas talvez não curtam o ritmo lento da série, que invés do jogo, procura trabalhar seus personagens ao invés de investir na ação contra os infectados.

Me agradou muito esse lado mais trabalhado nos personagens no decorrer da série, principalmente quando focam nos dois personagens principais e em suas perdas e traumas. Personagens secundários também tem ótimo desenvolvimento, principalmente Bill, Frank e Riley.

A HBO resolveu apostar alto na série, que apresenta uma qualidade elevada em quesitos técnicos. A fotografia,montagem e mixagem de som são de alto nível, seja em cenas de ação, diálogos etc. A maquiagem e o CGI também são muito bem utilizados durante toda a temporada. Trazendo criaturas que parecem terem saído do próprio jogo.

Ao todo, a obra contou com uma equipe de seis diretores, que mantiveram a qualidade durante a temporada toda. Destaques ficam para a estreia de Druckmann na direção do segundo episódio e da cineasta Liza Johnson no sétimo capítulo, focado em Ellie e Riley.

O elenco conta com nomes de peso, que entregaram atuações a altura do esperado. Bella Ramsey rouba a cena como Ellie em todo episódio que aparece, encarnando a personagem de forma magistral, seja em momentos cômicos quanto frágeis da personagem. Pedro Pascal também se sai muito bemcomo Joel, encarnando o personagem brilhantemente, principalmente em cenas mais emocionantes.

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Reprodução: HBO Max

Entre os personagens secundários, os destaques ficam para os personagens de Bill, Frank, Riley e David, que se saem muito bem e entregam ótimas atuações A caracterização dos personagens também é um ponto a ser citado, trazendo maquiagens e figurinos idênticos ao material original, com direito a roupas quase idênticas as do jogo, como o moletom de Ellie e a clássica jaqueta de Joel. Há pequenas referências para os fãs de longa data do jogo que intensificam mais ainda a impressão de fidelidade ao game.

No fim, The Last Of Us dá aula sobre como adaptar bem um jogo de videogame, mantendo a mesma essência ao material original e ao mesmo tempo criando a sua própria. Com roteiro e atuações primorosas, a série mostra que é possível criar um live action fiel e consistente.


Veredito

The Last Of Us não entrega só o que os fãs queriam, como expande mais seu universo e personagens, mesmo com algumas derrapadas no caminho, a série já pode ser considerada a melhor adaptação de um game já feito.

9/10.

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