
Reprodução: CW
Aviso: Crítica sem spoilers!
Uma temporada que usa a humanidade do Superman.
A série Superman & Lois se provou o melhor projeto de heróis dos últimos tempos na TV. De longe, é a melhor produção da DC na CW, e integra as quatro melhores séries da editora, junto de Pacificador, Sandman e Stargirl. Em uma terceira temporada com muitos pontos positivos, a equipe de roteiro soube mesclar heroísmo, drama familiar e dramas pessoais em uma leva de episódios consistentes, que destoam apenas nos dois últimos. No entanto, o resultado é super interessante.
Na trama da terceira temporada, Clark (Tyler Hoechlin) vive sua vida com Lois Lane (Elizabeth Tulloch), mas descobre que ela está doente. Ao mesmo tempo, um vilão do passado retorna, Bruno Mannheim (Chad Coleman), e promete fazer da vida do Homem de Aço e Lois Lane um verdadeiro inferno, com seus diversos contatos de adversários do herói.
A história do novo ano, diferentemente da segunda temporada, é muito melhor em diversas questões. Ao tirar o destaque do drama adolescente de Jordan (Alexander Garfin), e sua lamentação diária sobre o término com Sarah (Inde Navarrette). Deixando o personagem um pouco de lado – mas não tanto -, isso abre espaço para outros como Aço (Wolé Parks) e Sam Lane (Dylan Walsh) terem suas subtramas. É justamente o personagem Aço que possui a melhor subtrama da nova temporada, que não precisa apelar apenas para ação a todo momento.
Com a mudança do ator de Jonathan, que agora é vivido por Michael Bishop, a dinâmica entre a família Kent melhorou. O astro se sentiu muito bem no papel, e empenhou uma versão muito melhor daquela vivida por Jordan Elsass. O grande trunfo, no entanto, é como o dinamismo entre os irmãos ficou em destaque, e, também, o relacionamento mais profundo e cuidadoso entre Clark e Lois. No decorrer de boa parte da temporada, Lois era afetada por sua doença, sendo este o ponto principal do roteiro.
O background era justamente Mannheim e o Superman, após Lois tomar as rédeas do protagonismo. Aos poucos, isso foi mudando, de forma bem sutil, o que deixou tudo ainda mais crível com as descobertas do público sobre alguns segredos. Porém, mesmo que 10 dos 13 episódios sejam ótimos, a presença de Lex Luthor (Michael Cudlitz) muda repentinamente a história, e nem tanto para o melhor – mas ainda assim, continua bom.
A dinâmica e o clima da série mudou completamente, e mantendo ainda mais a presença do Superman, e não mais de Clark Kent e Lois – o que não é ruim, pois os espectadores precisavam se prender com ação. O final em aberto, também, não é tão agradável, embora deixe muitos curiosos. Aliás, um adendo: o trabalho de jornalismo investigativo foi perfeitamente colocado.
O elenco que retornou, novamente, anda lado a lado com a boa história e um roteiro coerente com a própria “tradição” da série. Destacam-se Hoechlin e Tulloch, bem como Bishop. Além disso, os atores e atrizes de apoio foram fundamentais para fomentar o background da temporada.
Não apenas tendo uma boa história – que escorrega nos dois episódios finais – e um elenco ótimos, os efeitos especiais estão ainda melhores e mais garimpados do que a segunda temporada. É um trabalho sensacional da CW, que mantém a qualidade da série em alta enquanto pode. A fotografia, por sua vez, continua usando das cores quentes como o vermelho, e mais escuras, moldando o clima de cada temporada. Porém, para um quarto ano, é preciso ter algo mais vivo, não ficando preso ao elemento sombrio de sempre em sua paleta.
Melhor que a segunda temporada, Superman & Lois acerta mais uma vez, e apresenta o melhor vilão da série até o momento. Se uma terceira temporada não é o suficiente para a CW, uma quarta pode ser o fim, para que a série tenha um final digno e não se desgaste como tantas outras da DC.
Veredito
Superman & Lois brilha em sua terceira temporada, com os protagonistas ainda melhores em uma história dramática, emocionante e chocante. Mesmo que seus últimos episódios tornem a série em uma clima totalmente diferente, o terceiro ano agrada muito mais que o segundo e deixa um final em aberto que instiga, mas ao mesmo tempo, incomoda.
9/10.