Crítica: Não Se Preocupe, Querida (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


“De quem é esse mundo? Nosso.”


Em inúmeras inspirações para criar seu novo filme, a cineasta Olivia Wilde optou dois longas para fazer sua história: Matrix (1999) e Esposas em Conflito (1975), mas o segundo serviu como fonte principal para a trama de Não Se Preocupe, Querida. Então essa reciclagem maluca da diretora deu certo? Veremos agora.

Olivia Wilde ganhou a atenção de todos quando dirigiu Booksmart – Fora de Série, uma comédia simples e divertida. Após o sucesso do seu primeiro filme, ela tem uma tarefa difícil, sabe lidar com um filme com um orçamento alto, um grande elenco e o mais importante, saber lidar com as expectativas do público.

Sinto que a expectativa será o inimigo do longa, porque muitos estão animados com o que Wilde pode oferecer com um projeto tão ambicioso. Depois de várias polêmicas dos bastidores e uma recepção mista da crítica especializada isso atiçou a curiosidade do público para o filme, porém isso pode acabar com a experiência dos espectadores.

Tutte le storie e i gossip su Don't Worry Darling, con Harry Styles e  Florence Pugh

Lembra quando mencionei que a diretora se inspirou na trama de Esposas em Conflito para criar sua história? Bem, desde seu anúncio várias pessoas estava comentando sua semelhança com a obra de Bryan Forbes, não é à toa. A diretora usou esse longa como sua fonte principal de inspiração, porém ela trouxe sua identidade. Não tem problema nisso, portanto o texto da cineasta não é dos melhores e sua história é bem batida, com algumas cenas você já consegue descobrir o desfecho da obra.

A direção é bem contida, mas ela brilha mesmo nas cenas de suspense e paranoia de Alice Chambers (Florence Pugh), que estão excelentes. O senso de desconforto da personagem é pesado e com a ajuda da trilha e uma bela mixagem de som, a atmosfera de desconforto com os toques de horror faz essas cenas serem ótimas, mas claro isso não seria possível sem a excelente atuação de Pugh. Até o momento ela tem a melhor performance da sua carreira e é o maior ponto positivo da longa. Porém, o elenco de apoio não fica atrás. A maioria está ótimo em seus papéis, mas não posso dizer isso de Harry Styles. Sua atuação é a mais fraca do elenco nem o destaque que ele recebeu do filme não ajuda sua atuação fraquíssima.

Gostaria de destacar a interpretação de Chris Pine como Frank, que está ameaçador, mas sinto que faltou material do personagem para a versão final. Queria ter visto mais da sua atuação, porém mesmo assim ele entregou o que o papel permitiu.

Durante minha experiência, tive a sensação que o filme podia se arriscar mais. Faltou um pouco de coragem da diretora que podia visitar vários horizontes na sua trama, porém sua narrativa se tornou autoexplicativa (até demais), e entregou um final previsível no meio do desenrolar da história.


Veredito

Não Se Preocupe, Querida é uma reciclagem de vários filmes do mesmo tema, porém não tem novidades para oferecer.

6,5/10.

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