
Reprodução: Lucasfilm
Aviso: Review sem spoilers!
O ex-mestre Jedi retorna nas areias de Tatooine.
É um ano perfeito para os fãs de Star Wars. Com diversas séries em desenvolvimento, a Lucasfilm está empenhada em expandir a franquia. Jon Favreau e Dave Filoni começara, com The Mandalorian, que acabou criando O Livro de Boba Fett. No entanto, é em Obi-Wan Kenobi que os fãs depositam seu coração e alma, já que Kenobi e Darth Vader terão seu encontro. A minissérie já estreou com dois episódios, e está caminhando para sua vindoura glória.
Trazendo Ewan McGregor de volta no papel de Obi-Wan, a minissérie se passa 10 anos após os eventos de A Vingança dos Sith. Kenobi acredita que Anakin Skywalker morreu, após a luta em Mustafar, e se exila em Tatooine para cuidar do pequeno Luke. Porém, sendo um dos últimos Jedi conhecidos, Kenobi entra na mira do Império Galáctico, que busca incessantemente derrotar todos os Jedi. A abertura da minissérie, mostrando o que selou o fim da Era Jedi, fomenta ainda mais a ideia de que Star Wars sempre se lembrará deste evento em questão.
A diretora Debora Chow, junto do showrunner Joby Harold, implementam um novo conceito. Parece haver uma distância de The Mandalorian e O Livro de Boba Fett em uma questão visual, e até no sentido de amadurecimento. Os roteiristas possuem um dos maiores heróis da franquia no título, bem como o maior vilão. Não houve tanta dificuldade de retornar para este terreno firme que Kenobi e Vader tem, mas dificuldade em inovar o que não há para ser inovado. Cronologicamente, a história agrega e explica o que Kenobi fez depois do Episódio III, Rogue One e Episódio IV. E não é nenhum erro dizer que o show ainda não conseguiu inovar num panorama geral, pois não há tanto o que inovar, mas sim, em agregar e dar uma visão nostálgica aos fãs.
Os dois primeiros episódios trilharam um pouco do exílio de Kenobi. Apesar do primeiro ser um pouco mais explicativo e calmo, o segundo já mostra que a minissérie será mais do que apenas calmaria. É claro que todos os fãs esperam ver o ex-mestre Jedi usando seu sabre de luz contra seus oponentes, e depois uma batalha épica contra Darth Vader. No entanto, esperar por isso em todos os episódios é um erro, e dos grandes. Apesar das expectativas, temos um retorno brilhante de Ewan McGregor ao papel de Kenobi, bem com o impaciente Owen Lars de Joel Edgerton. Há também Rupert Friend irreconhecível como Grande Inquisidor, e a inquisidora Reva de Moses Ingram.
Seguindo o padrão, a equipe técnica é sempre cuidadosa nos detalhes. O bom uso dos efeitos especiais retorna, e ainda melhor que na série Star Wars anterior, bem como o visual deserto de Tatooine, além da cidade cyberpunk em Daiyu. É claro que tudo pode melhorar, bem como a própria trilha sonora composta por Natalie Holt, que ainda usa muitos elementos de Loki. O maestro John Williams também se faz presente com o tema principal, e provavelmente, ele seria a escolha mais óbvia do que Holt neste momento.
Com dois episódios diferenciados, entre um primeiro bem mais calmo e um segundo agitado, Obi-Wan Kenobi reacende a chama da esperança dos fãs em rever muito mais da era conturbada na galáxia. Star Wars cresceu, se inovou, mas não vai deixar de explorar personagens já apresentados no decorrer da franquia. Mas, é claro, pode ser ainda melhor.
Veredito
Obi-Wan Kenobi tem um início interessante e maduro, sendo um capítulo emocionante para a saga. Mesmo com deslizes no caminho, como a morte de um personagem vir cedo demais, a minissérie parece se encaminhar para uma das mais equilibradas histórias da galáxia muito, muito distante.
8/10.