Série prova que é possível contar novas histórias cativantes dentro do universo de Tolkien.
“O mundo mudou, eu sinto isso na água, eu sinto isso na terra, eu sinto isso no ar. Muito do que havia está perdido, pois nenhum dos que se lembram está vivo.”
Essa era a frase dita por Galadriel que iniciava O Senhor dos Anéis: A Sociedade Do Anel, um dos mais importantes filmes de fantasia de todos os tempos. Passados 20 anos após a trilogia de Peter Jackson, O Senhor Dos Anéis: Os Anéis De Poder tem a difícil missão de apresentar novas histórias do universo de J. R. R. Tolkien.
Trazendo visuais e efeitos primorosos, os dois episódios lançados fazem muito bem o trabalho de colocar o espectador dentro desse universo, seja pelos visuais cativantes de lugares como o reino élfico de Lindon ou as minas de Khazad-Dum. Ou mesmo pela trilha sonora primorosa composta por Bear McCreary e Howard Shore (trilogia O Senhor Dos Anéis).
O fio principal da série é a elfo Galadriel (Morfydd Clark), que depois da morte de seu irmão, tenta acabar com o mal de uma vez por todas na Terra-Média. A personagem cativa desde o começo por não seguir regras e ter um propósito honrado pelo qual lutar.

Mesmo que o foco dos episódios seja em sua maior parte em Galadriel, ainda sobra tempo para apresentar os Pés-peludos, antepassados dos hobbits. Com características nômades e um enorme contato com a natureza, esses personagens são o coração da série e trazem o espírito de fantasia que Tolkien colocou em sua obra. Espertos e inteligentes o suficiente para fugir dos perigos das “pessoas grandes”, os Pés-peludos tentam ter uma vida pacífica, ao mesmo tempo em que alguns deles tem o espírito da aventura em suas almas.
Diferente da apresentação dos Pés-Peludos, a apresentação dos anãos é grandiosa. Mostrando Khazad-dûm em toda sua glória, comandada pelo Rei Durin III. Ainda há tempo de mostrar a relação conflituosa entre elfos e anãos, sendo por Elrond e o Príncipe Durin IV. O segundo episódio foca bastante nos dois personagens e nos mostra que Disa, esposa do príncipe, tem tudo para se tornar uma das personagens mais queridas de toda a série.
Há uns pontos negativos que precisam ser citados nesse começo de série, em comparação com os demais núcleos de historia, as dos mortais são de longe as menos interessantes. O romance entre o elfo Arondir e a mortal Bronwyn também não convence em um primeiro momento, mas podem ao longo dos episódios posteriores melhorar.
Mas mesmo com o ponto negativo, não há como negar que O Senhor Dos Anéis: Os Anéis De Poder cumpre muito bem a tarefa de ser uma adição ao universo de Tolkien. Há um cuidado ao mostrar os diversos reinos, deixando evidente que o investimento pesado na série valeu a pena.
Veredito
Figurinos, cenas externas e internas, caracterização de personagens e cenários são de encher os olhos. E tudo isso em conjunto com uma trilha sonora magnífica, nos faz novamente acreditar que anãos, elfos e pequenas criaturas que moram em tocas existem.
10/10.