
Aviso: Crítica sem spoilers!
Uma sequência desnecessária de H20.
Após a boa bilheteria e uma recepção regular de Halloween H20 – Vinte Anos Depois, todos os fãs achavam que não haveria mais nenhum filme da franquia Halloween. A própria Jamie Lee Curtis também. Porém, estavam errados. Em 2002, Halloween – Ressureição estreou, com a direção de Rick Rosenthal, do então mediano Halloween II – O Pesadelo Continua, e desagradou muito os fãs. Este é um dos filmes mais esquecidos da franquia, para não dizer o mais esquecido, e uma sequência desnecessária de H20.
A trama, totalmente fora da reta do que significa a franquia, tornou Michael Myers um mero assassino de máscara, com complexo de narcisista. A sequência inicial deixa bem claro que Ressureição retomou as ideias da franquia, e, realmente, é para aplaudir de pé. Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) está presa após ser afirmada “insana”, depois dos eventos finais de H20. Seu irmão continua vivo, após saber que matou a pessoa errada – culpa da produtora que possuía uma cláusula no contrato de Curtis, que ela não podia matar Michael. No entanto, a ambientação bem vulgar, que lembra muito Halloween II na sequência de abertura, deixa de existir após os 15 minutos. Tudo o que aconteceu foi em vão, e a produção desperdiçou uma boa chance de um roteiro apto, para tornar o filme melhor que seu antecessor.
Depois de desperdiçar a chance de fazer um filme bom, Halloween – Ressurreição comete seu maior erro: Um reality show na velha casa dos Myers. O que pode dar errado? Tudo! Repetidamente, várias e várias vezes, o roteiro conta a história de como Michael Myers “nasceu” e se tornou em um assassino. É algo que já estava batido, pois todos sabiam sobre isso desde 1978. É um erro grotesco, de algo que já não deveria existir – o filme em si. Em nada, o longa de Rosenthal faz o espectador se apegar a um personagem. Todos são esquecíveis, e se era para ser uma sequência de H20, Ressureição se comporta mais como um filme único, e uma ação bem menos massiva e monótona. Aliás, o que aconteceu com o filho de Laurie Strode neste filme? Opa, furo de continuidade do anterior. A montagem não existe nesta obra infundada.
O maior mistério seria desvendar a participação de Curtis neste desastre. Como uma atriz bem sucedida na franquia, conseguiu brilhar em Halloween – A Noite do Terror, Halloween II e H20, e ser totalmente jogada em Ressurreição? Larry Brand trata Laurie Strode como uma personagem comum, com muita incompreensão de que ela é a final girl mais conhecida do subgênero slasher. Em nenhum momento, o elenco parece estar gostando de participar daquele revés. Não há nenhum background interessante após a abertura, e nenhuma motivação – não que Myers precise disso – do antagonista. Ele completou seu trabalho de anos, e agora só vaga como uma forma. É bizarro pensar que Rosenthal conseguiu fazer um filme ignorante, que trata a protagonista e o antagonista de forma incompetente e sem querer torná-los maiores e melhores.
Em quesitos técnicos, a ambientação de abertura é tão boa quanto Halloween II, mas peca no restante do filme. Alternando entre a casa velha e uma festa de faculdade, existe uma quebra entre ter um ambiente soturno e um outro alegre, mesmo com a transmissão do reality show. Era algo que não se fez necessário, e não modificou em nada o decorrer do filme, apenas acrescentou mais tempo; assim como toda a parte após a sequência inicial. A trilha sonora, também não teve mérito algum após a abertura no sanatório. Danny Lux soube trabalhar bem as faixas sonoras, com a belíssima música tema nos primeiros 15 minutos, e depois… tornou a composição infame.
Um grande desperdício e perda de tempo, Halloween – Ressurreição provou que, é possível fazer uma sequência inicial muito boa, mas uma montagem péssima e preguiçosa.
Veredito
Halloween – Ressurreição é nada menos que uma obra-prima do desastre. É difícil de falar sobre um filme errôneo, que acerta em sua abertura e erra no restante. Exaustivo, sem fundamento e cheio de erros no roteiro, a sequência de H20 é desnecessária por não se comportar como uma.
2,5/10