
Aviso: Review sem spoilers!
Série se redime e conserta seus erros.
Uma das séries mais bagunçadas da DC, Titãs estreou com sua terceira temporada na última quinta-feira (12), com uma leva de três episódios na HBO Max norte-americana. Sendo o show mais esperado do ano pelo público que é fã dos quadrinhos da DC Comics, finalmente, a série soube administrar seu drama e sua ação, partindo para consertar seus grotescos erros na season finale da segunda temporada.
Os três primeiros episódios lançados começam o arco do Capuz Vermelho (Curran Walters), e finalizam a história de Rapina (Alan Ritchson) e Columba (Minka Kelly), que vinha se arrastando desde a primeira temporada e piorou na seguinte. Geoff Johns e demais roteiristas souberam muito bem aproveitar seus erros, para consertarem na nova temporada e colocarem muito mais profundidade do que o habitual, mas sem cansar o espectador no mar do tédio. É essa profundidade dramática que tem transformado Titãs em uma das séries mais bem avaliadas pela crítica e público em sua terceira temporada. Claro, há deslizes, como apresentarem o pior Batman (Iain Glen) em live-action de todos os tempos, mas há muitos, e muitos acertos.
O primeiro acerto: Savannah Welch como Barbara Gordon. É uma inclusão muito interessante no novo ano, e traz a Oráculo e nova comissária de polícia para a série. Ela possui muito mais importância do que o próprio Mutano (Ryan Potter) nas temporadas anteriores, e justamente para capturar o novo perigo da cidade. Não há dúvidas de que Welch está conseguindo balancear todo o aparato dos Gordons, e é a melhor personagem nessa primeira leva até o momento. Claro, Asa Noturna (Brenton Thwaites) não fica tão atrás. Thwaites caiu como uma luva no personagem, e o arco que estabelece Jason Todd como um novo inimigo, puxa a própria Barbara, Dick e todos os Titãs para isso. Já o segundo acerto é em esquecer que o Robin de Jason Todd existe, e transformá-lo no melhor vilão da série, o Capuz Vermelho. Há uma pequeníssima adaptação de Morte em Família, quadrinho de Jim Starlin e Jim Aparo, o qual mostrou o Coringa assassinando Jason. Esta, a qual parece a história principal da primeira metade da temporada, é realmente o melhor desenvolvimento que a série já teve desde 2018.
No entanto, com tantas novidades para a nova temporada, o que cerca os fãs é como Donna Troy (Connor Leslie) irá retornar dos mortos, e quando a Ravena (Teagan Croft) irá reaparecer. Mas isso entra em discussão em um outro momento. Concentrando na equipe em si que está presente nestes três primeiros episódios, a grande surpresa fica para o início da subtrama do Superboy (Joshua Orpin), que parece ser a mais intrigante entre todas as outras – jogando o Capuz Vermelho de lado. Ele quer tentar ser como o Superman, mas com sua originalidade. Ao final do episódio 3, vemos ele tentando salvar um personagem, mas falhando, pois chegou tarde para salvá-lo e o viu morrer na sua frente. É interessante ver como ele irá se sair no decorrer da temporada, lembrando de sua falha e tentando ser melhor como um super-herói e superar isso. Estelar (Anna Diop), também possui um background de fundo, que será mais explorado no quarto episódio, na promessa de movimentar ainda mais a equipe.
Voltando para a trama principal, abro um espaço para elogiar a atuação de Curran Walters como Capuz Vermelho. É sabido dizer que ele não convenceu em nada como Robin na segunda temporada, sendo o personagem mais chato e irritante de Titãs até hoje. Porém, a volta de Jason como Capuz vem em tempo certo. Ele é o típico vilão que está dez passos à frente do herói. Poucos vilões nas séries de heróis fizeram isso, sendo os maiores exemplos Malcolm Merlyn e Prometheus, que realmente aterrorizaram em Arrow. O Capuz já se tornou o queridinho entre os fãs, e é bem possível que vejamos ações ainda maiores e mais chocantes no restante da temporada. Entretanto, o que Titãs ainda não soube encontrar na terceira temporada, foi um desenvolvimento assertivo para o Espantalho (Vincent Kartheiser), que parece um inimigo totalmente desconfortável.
O que a série nos tem mostrado nos últimos anos, é a qualidade na coreografia de lutas. Titãs vem melhorando a cada ano, realmente, e com a produção da HBO Max dessa vez, os efeitos especiais estão muito melhores do que os da primeira e segunda temporada. Mesmo que não tenha usado tanto o CGI nestes três primeiros episódios, o pouco que usou, demonstra o cuidado que a produção teve para com o show. Aliás, é importante lembrar que o cenário para Gotham teve uma boa escolha, realmente, e a série está sabendo muito bem explorar esta localidade.
Titãs conseguiu se redimir e consertar seus erros anteriores nestes três primeiros episódios, e analisando-os num panorama geral, já podemos esperar uma produção de grande qualidade e superior aos anos anteriores. Com a promessa de melhorar em sua história e efeitos especiais, a terceira temporada parece estar se caminhando em passos curtos para tentar achar o tom certo para o programa.
Veredito
A terceira temporada de Titãs conserta os erros das anteriores, e mostra que tem grande potencial para brigar entre as melhores séries do gênero. Com uma trama precisa e um roteiro bem amarrado, deixando que a história consiga fluir naturalmente e criando subtramas para os próximos episódios, o novo ano de Titãs apresenta o ápice dramático da equipe, que tenta lidar com suas maiores brigas em Gotham. A terceira temporada se encaminha para ser a melhor entre suas anteriores.
9/10.
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