
Reprodução: Netflix
Aviso: Crítica sem spoilers!
Da mente brilhante de Tim Burton.
Poucas franquias tem o mesmo poder como A Família Addams tem, de atravessar gerações e funcionar em diversas mídias, sendo filmes, séries, animações etc. Pela primeira vez depois de muito tempo, franquia ganha sua representação em uma série, tendo ninguém menos que Tim Burton na direção.
A série acompanha Wandinha Addams, uma garota de gostos mórbidos, que é enviada para um colégio para alunos com talentos ocultos após não se entrosar com as pessoas “comuns”. Na Escola Nunca Mais, Wandinha é envolvida em uma conspiração secreta, envolvendo monstros, homicídios e vários mistérios.
Normalmente, as produções envolvendo. A Família Addams, costumam envolver todos os membros do grupo, isolar apenas Wandinha é uma decisão totalmente ousada, mas com um grande potencial, visto que a personagem sempre rouba a cena.
Já a escolha do local onde se passa a história é um pouco curiosa, já que mostrar um colégio com alunos anormais é um gênero recorrente, como em Harry Potter. Também há presente a ideia de dark academia, uma subcultura que idolatra, moderniza e (re)contextualiza a estética achada nesses tipos de histórias. Porém, aqui tudo isso não passa de estética.
O maior problema de Wandinha está em seu roteiro, por não aprofundar e concluir a história de seus personagens, principalmente os secundários, tem seus arcos montados mas sem mais nem menos são descartados. Wandinha tem seu arco muito bem construído, sendo o ponto mais forte do seriado.
A sensação que fica é de uma série que apenas cumpre tabela dentro do gênero que se inseriu, sem vontade genuína de expandir esse mundo fantasioso e totalmente intrigante. É uma pena, pois a série tem sim muita coisa que funciona e diverte.
Dentre os personagens secundários que realmente chamam atenção, a jovem Enid serve como um ótimo contraponto de Wandinha. A dinâmica entre as duas personagens são ótimas, o que mostra o quanto o programa poderia ser melhor se desse atenção aos personagem de Nunca Mais, invés de se focar totalmente nos grandes mistérios.
Mas quem realmente é a estrela do show é a protagonista, Jenna Ortega entrega uma atuação excelente como Wandinha, trazendo uma menina ácida, inteligente e repleta de sarcasmo. A personagem domina quase toda cena que aparece, ofuscando até os personagens secundários.
Nos episódios que dirige, Tim Burton impõe todo o seu estilo marcante, seja em estética, movimento de câmera, roteiro etc.
Veredito
Entre altos e baixos, Wandinha é uma ótima surpresa para 2022, trazendo uma protagonista totalmente carismática e um Tim Burton livre para impor seu estilo, a série é um prato cheio para os amantes do gênero horror.
8/10.