Crítica: Stargirl (3ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


O último brilho da Estrela.


A série Stargirl chegou ao fim após três temporadas, pegando muitos fãs de surpresa com reviravoltas nos últimos episódios. A CW decidiu cancelar o seriado, embora ele tenha tido um final adequado e deixado algo ainda para o futuro. Mesmo que tenha sido cancelada, Stargirl brilhou mais uma vez em uma nova temporada, mantendo a qualidade do início ao fim, desde seu primeiro ano até o terceiro. Agora que os heróis deixaram Blue Valley segura para sempre, resta saber se algum streaming vai decidir salvar a série e dar continuidade. 

Depois de duas boas temporadas, e criando uma grande uma grande ansiedade para a terceira, Stargirl conseguiu utilizar totalmente a Era de Ouro da DC sem que parecesse ridículo. O futuro era realmente brilhante, e mas foi impedido de mais temporadas por diversos motivos. Um deles foi a venda da CW para a Nexstar, rede agora que administra o antigo canal da Warner Bros. Television e ViacomCBS. Ou seja, todas as séries estão em risco, assim como Superman & Lois.

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Com a derrota de Eclipso (Nick Tarabay) na segunda temporada, a Sociedade da Justiça está em uma grande calmaria desde então. Os heróis estão tentando se aproximar de inimigos como o Mestre dos Esportes e Tigresa, que possuem papéis interessantes nesta terceira temporada. Há ainda mais profundidade na família Crock, algo que o seriado ainda não havia explorado em suas temporadas anteriores. 

Reutilizando heróis e inimigos da segunda temporada, como é o caso do Sombra e Jade, a série conclui o arco sobre o Manto Negro e Mr. Bones, enquanto ainda tentam descobrir quem os vigia. A situação piorava a cada episódio, e todos os inimigos da SJA eram alvos sobre o assassinato de um outro vilão ainda no começo do terceiro ano. Com o mistério cada vez aumentando, os heróis se viam sem escapatória e chances de descobrir quem poderia estar por trás de um assassinato e da vigilância em Blue Valley. O arco principal de Mr. Bones e os filhos de Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde, foi concluído, revelando que Bones não era o grande vilão – isso já desde os quadrinhos, não é um spoiler.

O criador da série e da personagem, Geoff Johns, soube trazer novamente o que a série mais precisou: temas sobre paternidade e família. Courtney (Brec Bassinger) sempre ficou em dúvida sobre quem era seu pai, até mesmo pensando que o Starman (Joel McHale), que retornou dos mortos, era seu pai. Além disso, as subtramas da Doutora Meia-Noite (Anjelika Washington), Pantera II (Yvette Monreal) e Homem-Hora II (Cameron Gellman) são bem exploradas, embora a da Pantera II pareça esquecer no final e deixar seu arco sem conclusão. Além disso, a história satisfatória de Pat Dugan (Luke Wilson) com Courtney foi o principal eixo para concluir o que os espectadores ainda viram no primeiro episódio da série. 

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A grande dificuldade, no entanto, foi a forma de como tratar um romance que os fãs tanto pediram. Houve idas e vindas entediantes, embora a conclusão tenha conseguido acertar isso e tornar coerente um herói e um “vilão” unidos. Também pode-se destacar a previsibilidade do vilão da terceira temporada, mesmo que haja surpresas quando a revelação imediata nos três episódios finais acontece. O inimigo realmente estava infiltrado, e isso já foi mostrado há um longo tempo no seriado, com fãs criando teorias sobre a volta de um velho personagem – que não posso revelar, mas você sabe quem é. Stargirl ainda tratou sua trama e elevou a história para um escopo jamais visto em um drama adolescente – muito melhor do que Ms. Marvel tentou fazer. Para alguns fãs, no entanto, pode ser decepcionante ver que um personagem que seria legal, foi tão rude, embora haja explicação durante a série. Um último destaque foi o pouco uso do F.A.I.X.A, que deveria aparecer mais vezes para as batalhas.

É claro, migrando para a CW, Stargirl teve um orçamento limitado, mas não deixou de faltar a palavra com a qualidade que mostrava em suas temporadas anteriores. Os efeitos especiais, em poucos momentos, podem parecer ruins, mas há uma entrega da equipe para que fizessem o mínimo de ser bom – e foi, certamente. Mas, o destaque fica justamente para as cenas de ação, e o seriado faz isso tão bem quanto qualquer outro da DC na CW. O elenco realmente se entregou para que pudessem mostrar a qualidade do que podem fazer. Mas, nessa temporada, o uso de maquiagem foi muito menor do que no segundo ano. 

Se os efeitos técnicos agradaram, a trilha sonora de Pinar Toprak continuou resgatando a leveza do herói, enquanto a série buscava referências à Era de Ouro da DC. Mas, a grande falha da terceira temporada foi não repetir a boa fotografia como no segundo. Por ser um tema diferente e mais misterioso, não houve tanto apelo para o uso de cores mais escuras, ainda que tenha sido usadas em momentos oportunos.

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Dificilmente, e infelizmente, a série possa ser salva, mas ficará na memória dos fãs, com a boa atuação de Luke Wilson e Brec Bassinger, seguido de Gellman, que teve um destaque merecido. Cada ator teve seu momento agradável, mas, com certeza, os três mencionados anteriormente foram os melhores da terceira temporada. Será uma pena caso não sejam aproveitados pela DC nos cinemas, ou mesmo em futuras séries – inclusive, Stargirl poderia facilmente ser integrado ao DCEU.

Uma despedida dolorosa, mas muito satisfatória e de brilhar os olhos, Stargirl deixou sua marca como a melhor série da CW, e mostrou como se faz um bom drama adolescente. Além disso, soube destacar temas importantes como nenhuma outra de heróis adolescentes conseguiu, embora tenha tido um ou outro episódio monótono e incoerente com o que a série sempre propôs. 


Veredito

Stargirl prova ser, mais uma vez, a melhor série da DC com mais de uma temporada, e uma das melhores produções de heróis do ano. Mesmo com alguns erros, há mais acertos, mantendo um mistério do início ao fim. Com o brilhantismo de Luke Wilson e Brec Bassinger, e uma história concisa de Geoff Johns, a Estrela brilhou no céu, deixando um final em aberto para mostrar que nunca é o fim da Stargirl.

8,5/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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