
Reprodução: Netflix
Aviso: Crítica sem spoilers!
A melhor animação do ano.
Um dos personagens mais icônicos e memoráveis da literatura, Pinóquio marcou gerações graças ao texto original e suas infinitas adaptações. A mais recente delas é Pinóquio por Guillermo del Toro. Um épico stop-motion da Netflix que encanta pelo espetáculo visual, e encanta com sua história e personagens carismáticos.
E claro que a versão mais famosa do menino de madeira se deve a outra animação. Por isso essa nova versão foca em trazer novos conceitos para complementar e expandir o que já é conhecido pelo público.
Esse conceito já fica claro logo na primeira cena do longa, onde mostra a história de Gepeto antes de criar o menino de madeira que dá nome ao filme. Mais do que um simples prólogo, o começo serve para estabelecer o contexto da criação de Pinóquio, unindo tragédias pessoais, um cenário de Segunda Guerra Mundial, e um mundo fantástico contento grilos falantes e espíritos da floresta.
E são nessas circunstâncias que Pinóquio é apresentado, como uma folha em branco preparada para ser preenchida, que mal pode esperar para desbravar o mundo a fora. O Pinóquio de Del Toro é um misto de euforia e pureza tipicamente infantis. O personagem é perfeitamente interpretado por Gregory Mann no áudio original. Fazendo frente a outros veteranos no elenco de voz, como Ewan McGregor, Tilda Swinton, Ron Perlman e outros. O garoto dá um show completo, transitando com graça entre cenas de comédia, drama e números musicais.
Para dar vida a esse universo fantástico, Del Toro escolheu a técnica Stop-Motion para a animação ser feita. A parte visual é um espetáculo por si só, que impressiona pela riqueza de detalhes, seja em locais, criaturas, personagens etc.
Com esses detalhes a mostra, a história finalmente coloca em andamento o seu principal objetivo: refletir o que significa ser humano. Esse tema que está presente desde os textos originais, até as adaptações mais recentes do personagem, se traduz em cada ponto dessa jornada.
Com uma carreira invejável, Del Toro consegue reunir em Pinóquio, vários signos de sua filmografia, misturando horror e fantasia em uma história que tem muito coração. A união desses temas enriquece o tema de Pinóquio buscar sua humanidade.
Ainda há muita mitologia presente no filme, como a presença de seres místicos, planos astrais e criaturas que falam, que fazem com que Pinóquio evolua e faça o que é certo. Tudo isso culmina em um contorno épico até sua conclusão emocionante que faz jus a grandiosidade de Pinóquio.
Veredito
Depois do decepcionante live-action da Disney, parecia que o personagem não iria engatar novamente. Mas Del Toro mostrou que com uma história tocante e personagens cativantes, a história do menino de madeira pode ser grandiosa e emocionante.
9,5/10.