Aviso: Crítica sem spoilers!
Mais sangue, mas nada tão memorável.
Após o sucesso de Pânico 5, a Paramount Pictures anunciou Pânico 6, que já é o segundo filme sem Wes Craven na direção, diretor já falecido e criador da saga. Com Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillet novamente no comando do projeto, a ideia do novo Pânico é ser uma sequência direta do anterior, porém fora de Woodsboro, a cidade da franquia, e mostrando o Ghostface em Nova York. No entanto, a ideia não deu tão certo quanto o esperado.
Devido aos acontecimentos do quinto filme, com a morte de Dewey (David Arquette), há uma falta notória da polícia nesta nova parcela da franquia. A decisão errônea de matar o personagem deixou uma grande margem na ideia de ligar a trama com o meio investigativo, como acontece nos outros filmes. O foco no novo filme seria justamente os sobreviventes do quinto, Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Chad (Mason Gooding) e Mindy (Jasmin Savoy Brown). Apesar de não haver a presença de Sydney (Neve Campbell), há Gale Weathers (Courteney Cox), totalmente descartável, apesar de ter ajudado os jovens em uma missão.
Com retornos de personagens já estabelecidos na saga, como é o caso de Kirby (Hayden Panettiere) – um retorno com uma péssima explicação -, Pânico 6 olha para o passado e define o futuro. Há muitas revisitações ao decorrer do longa, referenciando cada filme da franquia, com a sexta parcela sendo mais uma homenagem em si do que uma obra que não depende do passado.
No novo filme, Tara, Sam, Mindy e Chad se mudam para Nova York e fazem novos amigos, que se tornam seus colegas de quarto. Eles tentam deixar o passado do Ghostface para trás, mas o mascarado acabou inspirando outros a se tornarem assassinos, e uma nova onda de crimes acontece na Big Apple.
Apesar do grande nome da franquia, o sexto filme é tão deslocado quanto o quarto, que também não se tornou um dos maiores sucesso da saga. O retorno de personagens na história servem apenas para complementar, como se fossem participações especiais. O foco, é claro, está em Sam e Tara, algo que o filme trabalha muito bem em seu roteiro que amarra tudo o que pode dos projetos anteriores. Entretanto, o maior erro do longa é justamente querer trazer tudo para um filme. É claro que, muitos conhecem a franquia e assistiram todos os longas-metragens, mas há espectadores que viram um ou outro, e ficarão deslocados na maior parte da trama.
Mais uma vez, Barrera tem um ótimo desempenho, assim como Ortega. São os novos rostos da franquia e atrizes com muito potencial de crescimento no mundo do terror slasher. Elas não são o tipo de final girl típica, o que parece, o que torna isso um atrativo. Porém, somente elas e o elenco principal não seguram o filme e o salvam para ser o melhor. Há personagens inadequados para o novo longa, que não precisavam ter retornado – como é o caso de Kirby – ou mesmo fazer sua estreia. A trama quer tentar trazer uma reviravolta atrás de outra, o que acaba tornando o longa previsível desde sua primeira hora. A previsibilidade deste novo projeto é cansativa, embora as cenas de morte, o sangue e sequências como a do metrô sejam bem construídas. A boa trilha sonora compensa nos momentos de tensão, mas a estética de Nova York, sem vida, é algo que pode ser revisto.
Olhando para o futuro, Pânico 6 prepara palco para o sétimo filme da saga, já confirmado pelo estúdio. Longe de ser um dos melhores da franquia, o sexto filme é rude com o espectador em seu terceiro ato, introduzindo mais o método “vingança familiar”, conceito que define muito bem Pânico 6.
Veredito
Pânico 6 traz um bom elenco, com atuações sólidas de Melissa Barrera e Jenna Ortega, embora não saiba trabalhar com todos os seus personagens. A trama é previsível, sendo um tanto decepcionante. O longa que poderia ser melhor, parece querer inovar, mas cai no convencional terror slasher, onde o assassino, quando é revelado, não surpreende ninguém por sua motivação fútil.
6/10.
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