
Reprodução: Amazon
Aviso: Crítica sem spoilers!
Entre erros e acertos, série mostra que tem muito potencial para ser desenvolvido.
Quando foi anunciada há alguns anos, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder tinha a difícil missão de trazer uma produção de alto nível, com toda a magia e encantamento da Terra-média. Tentando replicar a maravilhosa trilogia de filmes feita por Peter Jackson, a produção da Amazon mostra que tem um potencial gigantesco, mesmo com seus altos e baixos.
Mesmo sem os direitos dos filmes, a Amazon teve a difícil tarefa de adaptar os apêndices de O Senhor dos Anéis, tendo acontecimentos situados durante a segunda era da Terra-média. Assim, havia muito a ser preenchido em relação a personagens e jornadas.
Os personagens de Os Anéis de Poder, em sua grande maioria são cativantes e fácil de se relacionar. Seja com os anãos de Khazad-Dûm, ou os encantadores Pés-Peludos. A série faz muito bem ao mostrar diferentes tipos de raças e seres existentes na Terra-média.

Mas nem tudo é bem-sucedido, um exemplo disso é o núcleo das terras do Sul. Embora o local tenha grande importância no final da temporada, os personagens desse núcleo não são nem um pouco cativantes. O romance entre a humana Bronwyn e o elfo Arondir não é nem um pouco expressivo, e o jovem Theo acrescenta um pouco a trama quando está em tela. Nem a chegada de outros personagens consegue melhorar a narrativa de um local que é de extrema importância.
Um dos pontos mais criticados da série, a personagem Galadriel dividiu muitos fãs, por causa de sua personalidade impetuosa e guerreira, muito diferente de sua personalidade na Terceira Era. A construção da personagem parece muitas vezes vazia durante a temporada, parecendo que a personagem não amadurece e não aprende nada durante sua jornada.
Uma jornada tão forte como essa, com grandes heróis, pede por um vilão a altura. E esse foi a principal questão durante a temporada: Quem é Sauron?
Em parte, há um valor ao criar um grande mistério, para gerar a expectativa nos fãs, mas por outro, há o sentimento de que os roteiristas erraram a mão em diversos momentos e deixaram tudo tão enigmático, que a curiosidade se transformou em frustração. Faltando entregar mais no decorrer da produção, para manter a dúvida sempre acesa.
Apesar dos pontos negativos, o saldo da série é extremamente positivo, seja pelo resgate de valores que Tolkien tem em suas obras, a bela computação gráfica de tirar o fôlego, a trilha sonora lindíssima (especialmente a música da abertura feita Howard Shore).
Ainda sobre pontos positivos, há os Pés-Peludos, antepassados dos queridos Hobbits. Os personagens conquistaram os fãs desde a primeira aparição, mostrando todas as características que são essenciais para Tolkien: união, relação com natureza, generosidade e principalmente alegria de viver. É quase impossível não sorrir quando começam a cantar a canção sobre a jornada que terão.
Veredito
Com todos esses pontos, O Senhor Dos Anéis: Os Anéis de Poder possui seus altos e baixos, mas tem seu coração no lugar certo. Com a segunda temporada já confirmada, a produção mostra que tem o potencial de ser o melhor do streaming nos próximos anos.
8,5/10.