Crítica: Ms. Marvel (1ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Série mostra que a Marvel precisa urgentemente colocar os pés no chão.


Quando Vingadores: Ultimato foi lançado em 2019, o estúdio se despediu de alguns nomes e teve que começar a preparar terreno para uma nova era de heróis. Um deles é a Ms. Marvel, a protagonista carismática da nova série do Disney+. Mesmo com personagens e arcos narrativos interessantes, a série mostra que o MCU precisa de uma renovação.

A série acompanha a jovem de origem paquistanesa Kamala Khan, uma estudante do ensino médio aprendendo a lidar com seus novos poderes, adquiridos por um bracelete herdado pela sua família. Porém, Kamala vai descobrir que junto com seus novos poderes, vêm grandes responsabilidades.

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Reprodução: Marvel Studios

O primeiro episódio faz muito bem em mostrar todo o universo ao redor da personagem e ao mostrar ao público uma adolescente típica: uma jovem apaixonada pelos super heróis, vivendo na sua terra da fantasia e sendo agitada, divertida e principalmente carismática. Fazendo com que o público se identifique e conecte-se a personagem logo no primeiro episódio.

Além disso, o primeiro episódio traz uma direção muito diferente do que a Marvel já fez. Sendo dirigido pela dupla Adil El Arbi e Bilall Fallah, o primeiro episódio conta com câmeras rápidas e a junção de cenas live-action com animações estilizadas, tendo uma vibe de Scott Pilgrim Contra o Mundo.

Quando se dá a abertura para que os artistas coloquem seu tipo de assinatura, pode se criar algo único na Marvel, mas isso raramente acontece nos outros episódios. Grande parte dos pontos positivos citados, se perdem a partir do segundo episódio, em prol de um trama maior que precisa apresentar personagens, universos e ameaças maiores.

E do segundo episódio em diante, a história não é mais sobre Kamala e sua jornada de amadurecimento para virar uma super heroína. A troca de diretores faz com que a trama tenha que ficar grandiosa, abandonando aquele clima bom do primeiro episódio. Ainda que o resto do episódio tenha bons momentos, a série nunca volta a ser o que era. A história de Kamala fica apressada e feita de qualquer jeito, para que se tenha mais tempo de tela para cenas de ação.

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Reprodução: Marvel Studios

O último episódio é dirigido novamente pela dupla Adil El Arbi e Bilall Fallah, onde tentam fechar todos os arcos e retomar o bom começo que a série teve. No final, a jornada de Kamala para se descobrir como heroína é satisfatória, mas é desperdiçado em prol maior da construção do universo.

A grande prova disso são as cenas finais e as cenas pós credito, onde são importantes para o futuro do MCU, e geram engajamento nos fãs e se tornam temas de discussão em redes sociais. Isso é a Marvel sendo ela mesmo: Compensando um roteiro ruim com grandes easter-eggs e citações, que sem dúvidas são legais de ver, mas não compensam o roteiro mal escrito.


Veredito 

Ms. Marvel tem suas partes boas, a ótima construção de história de Kamala com sua família, toda a cultura paquistanesa trazida para a tela e o arco para Kamala se tornar a heroína de Jersey City. Uma pena que todos os pontos bons não sejam levados adiantes por causa do maior vilão do MCU no momento: o próprio MCU.

6/10.

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