Crítica: Lanterna Verde – A Série Animada (1ª temporada)

Alerta: SPOILERS! Desça e leia por sua conta e risco.


O poder das tropas lanternas.


Após o fracasso do filme de 2011, a DC Comics apostou em Lanterna Verde: A Série Animada, trazendo Hal Jordan novamente como foco, ao lado de Kilowog. O show não tem conexão alguma com o filme, e traz uma animação em 3D, assim como a também cancelada A Sombra do Batman. Duas das animações mais subestimadas da DC, que estiveram por pouco tempo na tela do Cartoon Network em 2013, até hoje, são lembradas pelos fãs, especialmente Lanterna Verde, que deixou um gancho para a segunda temporada. Mas, vale colocar como uma das melhores séries animadas da editora?

A resposta é sim, a série animada do Lanterna Verde mantém um grande nível de qualidade, tanto em animação e detalhes técnicos, quanto em história. Era novidade para a DC na época uma série com este tipo de traço, visto que se prendia mais a traços como as séries animadas Liga da Justiça ou Justiça Jovem. Por sua vez, Lanterna Vede traz algo inédito, com 26 episódios em sua primeira temporada, tendo aproximadamente 23 minutos cada.

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Tentando estar mais próximo aos quadrinhos, o show aborda Hal Jordan, guardião da Terra e Lanterna Verde do setor 2814, lutando ao lado de Kilowog para descobrir mais sobre a Tropa dos Lanternas Vermelhos. Dividindo a temporada em duas partes, o enredo da primeira metade concentrou-se em mostrar o novo perigo do universo, os Lanternas Vermelhos, movidos pela raiva contra os Guardiões do Universo. Alguns Lanternas Verdes estavam sendo mortos no espaço da fronteira, e a dupla Hal Jordan e Kilowog foram investigar mais de perto sobre, dando de cara com o Lanterna Vermelho Razer, que mais tarde tornou-se amigo de Hal e Kilowog. A raiva guiou os Lanternas Vermelhos a fazerem atrocidades, como destruir um planeta inteiro, e fazendo Razer, constantemente, pensar se aquilo que fazia estava certo.

Enquanto Hal exigia respostas dos Guardiões do Universo, ao mesmo tempo, ele e Kilowog tinham de lidar com Atrócitus, para que ele não destruísse OA. Esta primeira metade da temporada foca bastante na ascensão dos Lanternas Vermelhos no universo, enquanto outros anéis e tropas eram descobertas, como as Safiras Estrelas (Carol Ferris se torna uma ao final da temporada), e o anel azul. Por sua vez, a segunda metade da temporada traz ainda mais perigos do passado, de uma criação robótica e sem emoções, que assola o universo e são controlados pelo Anti-Monitor, os Caçadores Cósmicos.

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A segunda metade superou a primeira em qualidade geral, incluindo história. Tudo fica mais interessante e devastador, explorando ainda mais a Tropa dos Lanternas Azuis, uma história passada do Lanterna Laranja e vendo as Safiras Estrelas terem um propósito além do amor. Não só isso, mas há uma maior abordagem no Corpo dos Lanternas Verdes, dando chances maiores para Guy Gardner aparecer, e outros membros notáveis; além de referências deste universo vasto, que possivelmente, poderia muito bem ser comparado minimamente com Star Wars

No entanto, apenas uma temporada não bastava para explorar ainda mais o universo. Algumas das Tropas Lanternas ficaram de fora, e nem sempre houve uma grande profundidade em outras, abstendo focar nos Lanternas Verdes, Vermelhos, Azuis e Safiras Estrelas. A aparição de Sinestro ainda como Lanterna Verde, apenas aumentava a aposta de que futuramente ele viria para o lado amarelo. A primeira temporada sabe dar rodízio entre Hal, Kilowog, Razer e Aya, a IA da nave dos Lanternas Verdes. Cada um possui um foco necessário, e desenvolvimento coeso com a trama, não tornando monótona suas interações e motivações. Porém, o que flui do início ao fim da temporada é a dinâmica divertida de Kilowog e Hal. Ambos são destaques em toda a série animada.

O bom roteiro da série, especialmente na segunda parte da temporada, ajudou para que fosse tão interessante e não caísse num mar de tédio. Bruce Timm, o mais famoso – e condecorado, se podemos dizer -, esteve na produção do show, junto de Jim Krieg e outros nomes. Sam Liu e Rick Morales, já conhecidos da casa, especialmente Liu, que dirigiu diversas animações da DC, comandam a direção de todos os episódios. Juntamente com uma direção competente dos dois diretores, o elenco composto por Josh Keaton (Hal), Kevin Michael Richardson (Kilowog), Jason Spisak (Razer) e Grey Griffin (Aya), é sólido e eficaz. 

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Usando um mesmo molde que Star Wars: The Clone Wars, Lanterna Verde usa os traços de três dimensões, abandonando a ideia da animação tradicional. Até faz sentido este tipo animado, visto que o show possui batalhas espaciais, e usa demais o artifício das cores. A boa qualidade do CGI casa com a trilha sonora, que apenas teve seu tema meramente tocado na intro dos episódios. Senti uma falta do tema principal acompanhar momentos da série, e não apenas ficar preso na abertura. 

Por fim, a série animada do Lanterna Verde que fora injustamente cancelada, termina com um ponto alto. Diferentemente de séries canceladas hoje em dia, que nem sempre finalizam um arco que gostariam além do principal, o show animado consegue finalizar sua trama e subtramas. Apesar disso, o final abre espaço para um anel dos Lanternas Azuis para Razer, e que seria interessante de ver em uma eventual segunda temporada a buscar por um novo membro da Tropa dos Lanternas Azuis. 


Veredito

Lanterna Verde: A Série Animada é encerrada brilhantemente, com Bruce Timm sendo um dos grandes produtores do show. Sabendo explorar e desenvolver seus principais personagens, e por fora, as tropas de outras cores, a série animada traz um único olhar para o universo do super-herói. Deixando em aberto o seu final, há ainda mais para desvendar em OA, na Terra e nos limites do espaço. E com o possível crescimento do nome Lanterna Verde na DC – uma série live-action e dois filmes, live-action e animado em desenvolvimento -, quem sabe possamos sonhar com uma segunda temporada da série animada.

9/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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