
Reprodução: Marvel Studios
Aviso: Crítica sem spoilers!
Um filme esquecível.
Imagine que você está indo para um restaurante e olha o cardápio e vê a imagem de um sanduíche que está extremamente saboroso pelo seu visual, mas quando você vai comê-lo e percebe que ele tem um gosto vazio, não tem recheio e não tem amor envolvido. Bem, o nome desse sanduíche é chamado de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania.
O terceiro filme do personagem e é o primeiro filme que inicia essa nova fase da Marvel no cinema. Entretanto, vamos ser sinceros, os longas do Homem-Formiga sempre foram vazios e sem criatividade, são apenas pontes para conectar o futuro do universo.
Se inspirando em ficções científicas como Duna, Star Wars e até a obra Jodorowsky, fica a pergunta “essas inspirações ajudam o longa criar algo diferente?” E a resposta é não. Quantumania entrega uma trama cansativa sem um pingo de originalidade.
O maior chamariz desse longa é apresentar a nova ameaça da fase cinco, Kang, O Conquistador, interpretado por Jonathan Majors (Lovecraft Country) e apresentar o Reino quântico, cujo é reverenciado no título. O longa tem a proposta de se aventurar na ficção científica fantástica, entretanto o próprio longa acaba perdendo a oportunidade de ser realmente uma ficção científica. O maior dilema moral do filme é saber o significado da sua própria existência, pois ele não tem nada a oferecer, além de ser mais um produto reciclado da Marvel Studios.

Na verdade, são várias oportunidades que o longa não explora, tudo fica de escanteio porque a famosa mão dos produtores pesa mais. É difícil chamar Peyton Reed de diretor por sua direção ser tão desprezível, que mais parece um robô dirigindo do que um humano, e seu visual é uma das coisas mais plásticas possível. O reino quântico é um cenário sem vida, genérico e totalmente desperdiçado.
Sua direção de arte é terrivelmente feia. O excesso de CGI chega até incomodar os olhos de qualquer pessoa. Os cenários desse longa chegam ser até piada se for comparar outros filmes revolucionários que souberam aproveitar muito bem a tecnologia dos efeitos especiais; a continuação de Avatar está aí para provar.
A poluição visual desse longa prejudica as suas cenas de ação que se tornam confusas e mal dirigidas e é impressionante que a única cena de ação decente é uma batalha que não existe superpoder envolvido. É um belo desperdiço de talento do diretor de fotografia Bill Pope (Matrix).
Seu humor continua no mesmo estilo do seu antecessor, então fica no seu critério se você vai gostar ou não, porém não posso negar que existem momentos vergonhosos que suas piadas quebram o timing de um jeito tão idiota e o personagem M.O.D.O.K é a prova disso. Seu desenvolvimento é mixuruca e vira apenas uma piada sem graça.

Paul Rudd (O Virgem de 40 Anos) tem sua melhor interpretação como Scott Lang e a relação de pai e filha com a atriz Kathryn Newton (Pokémon: Detetive Pikachu) convence bastante, e é um dos maiores pontos positivos desse mingau estragado chamado filme. Jonathan Majors está incrível como Kang. Majors consegue trazer toda carga de imponência necessária para o personagem.
Evangeline Lilly (Lost), Michael Douglas (Um Dia de Fúria) e Michelle Pfeiffer (Scarface), todos os três estão no piloto automático. No final do dia o longa é uma experiência regular e esquecível, daqui a dois dias o público já esqueceu o filme todo.
O longa abre brecha para temas interessantes, mas todos são jogados no alto isso faz perder a relevância da sua narrativa, existe até uma alegoria que o Kang é tratado como um Napoleão do Multiverso. É uma pena que fica apenas no campo do subdesenvolvimento tudo que envolve as temáticas de uma aventura científica contra um império ditatorial é jogado na privada.
A Marvel Studios virou uma fábrica de produções enlatados, que muitas vezes os algarismos têm mais voz que seus artistas que comandam a produção. Provavelmente a única coisa que deve alegrar é suas cenas pós-créditos, e novamente mais um filme da Marvel que deixa sua história de lado para falar “olha essa cena pós-crédito isso vai acontecer futuramente no nosso universo.”
Veredito
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania é uma aventura esquecível e facilmente diria que esse longa é programado por uma inteligência artificial. Se você está esperando uma excelente ficção científica, é melhor manter as expectativas baixas.
4/10.