Crítica: Harley Quinn (3ª temporada)

Alerta: SPOILERS! Desça e leia por sua conta e risco


Série animada continua cheia de surpresas.


A terceira temporada de Harley Quinn foi uma das mais aguardadas da DC no ano, e os fãs já podem conferir ela toda. A HBO Max exibiu o décimo e último episódio na quinta-feira (15). Trazendo uma das mais memoráveis inimigas do Batman, Arlequina continua muito apaixonada por Hera Venenosa, e não é para menos. Agora, ela e Hera parecem mais felizes, em um relacionamento totalmente maluco e cheio de crimes.

Continuando após os eventos da segunda temporada (poucos dias depois), o terceiro ano acompanha Arlequina e Hera Venenosa na lua de mel. No entanto, é claro, uma lua de mel bem diferente, com crimes, matança e trotes para o comissário James Gordon. Porém, elas são obrigadas a retornar para Gotham, salvam seu bando do Asilo Arkham e continuam a serem uma equipe de vilões bem estranha. As principais vilãs da cidade estão de volta, bem como o Asa Noturna, introduzido nesta terceira temporada de uma forma bem sutil e interessante.

A terceira temporada da série animada de Harley Quinn traz referência e  competência envolto ao universo de Gotham City | O Barquinho Cultural

Kaley Cuoco dubla a protagonista, que muitas vezes, se irrita por qualquer coisa. Diferentemente das temporadas anteriores, o terceiro ano não eleva as ameaças, o que é melhor para o roteiro lidar com cada personagem. E, por sua vez, os criadores conseguem moldar a dualidade da Arlequina entre ser uma vilã ou uma heroína. Ela tem uma escolha plausível, visto o que fez durante os últimos episódios, da temporada que conta com apenas 10, e não 13 desta vez.

O grande problema da terceira temporada, fora algumas questões convenientes do último episódio, são as subtramas nada seguras. Tanto o Cara-de-Barro quanto o Tubarão-Rei se tornaram personagens entediantes, apesar de terem brilho em uma ou outra parte. A participação de James Gunn, diretor de O Esquadrão Suicida, chega a ser uma surpresa, e depois ele some do restante da temporada – ele podia ao menos aparecer para se despedir. Além disso, o Tubarão-Rei tem sua subtrama, basicamente, resolvida em um episódio, e de uma forma extremamente ridícula. A série é para ser assim, mas aqui, faltou um certo polimento no texto destes personagens que compõem a equipe.

A história principal, é basicamente, resolvida no nono episódio, e o décimo não há necessidade alguma de acontecer. O final com Bruce Wayne sendo preso, e Arlequina entrando na Bat-família, além disso, é uma corrida para fazer que ela não perca sempre o protagonismo. Não é uma das melhores decisões, apesar de ver o quão interessante isso pode se desenrolar na próxima temporada. Mas, mesmo com alguns percalços e subtramas desinteressantes – tirando a do próprio Batman -, os episódios conseguiram manter um bom equilíbrio. O melhor dos episódios ainda é Batman Begins Forever, uma clara alusão a dois filmes do herói, e que acaba revisitando com muitas referências as passagens da vida de Bruce Wayne. Talvez, seja o episódio mais inteligente de toda a série animada. 

Harley-Quinn-Arlequina-Como-Robin

Da primeira temporada até aqui, o visual do horizonte de Gotham melhorou. A animação fluida, com lutas e muito sangue, também ficaram ainda mais atraentes. Possivelmente, houve um maior orçamento para a questão dos efeitos, e a animação exterior está visualmente melhor do que nas outras temporadas.

O grande problema da terceira temporada, além das subtramas, é a perda de ritmo que acontece no episódio musical e no último. O terceiro ano é cheio de referências, o que agrada bastante, mas derrapa quando faz o nono episódio por fim na ameaça principal. O episódio 10 serve apenas para colocar algumas coisas no lugar, e concluir alguns arcos discutíveis. No entanto, a forma como tratou algo mais fechado, sem ter perigos imensos como uma invasão de Darkseid, ou a presença da Liga da Justiça, faz com que a série animada encontre um pote de ouro para explorar.


Veredito

Harley Quinn peca no ritmo de dois episódios, mas explora muito bem a relação romântica de Arlequina e Hera Venenosa, bem como começa a trabalhar como a Bat-família. Mesmo com a ameaça principal tenha sido resolvida um episódio antes de acabar, a personalidade da protagonista é finalizada no último segundo antes do término. Apesar de subtramas entediantes e personagens que somem de uma hora para outra, alguns episódios são cativantes, e desenvolvem melhor toda a dinâmica do grupo.

8/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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