
Reprodução: CW
Aviso: Crítica sem spoilers!
Um início e fim melancólicos.
Horrível. Essa é a definição de Gotham Knights, série da CW cancelada após a primeira temporada para manter a roda de Superman & Lois girando. O seriado que explora a franquia do Batman é totalmente confusa, inerente ao personagem e não mantém um padrão de qualidade em diversas questões, principalmente sua história deplorável.
Seguindo após a morte – sem sentido – de Bruce Wayne, a história mostra Turner Hayes, filho adotivo de Bruce, sendo preso pela polícia pelo assassinato do bilionário. Ele acaba conhecendo alguns outros jovens perdidos no mundo do crime, Duela, Harper e Cullen, que estavam na cena do crime. Após serem presos, eles precisam limpar seus nomes, e vão contar com a ajuda de Stephanie Brown, Carrie Kelley e Harvey Dent para isso.
É difícil tecer algum elogio para a série, embora tenha um e esse sejam Misha Collins e seu arco como Harvey. Desde o primeiro episódio, Gotham Knights se apoia em um misto de Riverdale com Batwoman, e não consegue acertar em nada com um roteiro defasado e subtramas desgastantes. A começar pelos protagonistas, que são totalmente desagradáveis. O ator Oscar Morgan, que vive Turner, tem uma atuação desprezível, enquanto Olivia Rose Keegan, a Duela Dent, é um pouco melhor. Fallon Smythe, Anna Lore, Navia Robinson e Tyler DiChiara também não brilham, e seus personagens ficam em um “vai e vem” bobo.
Por sua vez, a trama não chega nem a ser interessante. O jeito que acontece a morte de Bruce é enfadonho, o que não surpreende ninguém, visto que a temática da série é adolescente – é melhor até tirar o Batman do meio de algo tão grotesco. Tudo é mostrado logo de primeira, destacando a Corte das Corujas como a principal e única ameaça de uma série preguiçosa quando se fala de escrita. Todo final de episódio é um tema de “vou fazer melhor” ou “aprendi com isso, você estava certo”, o que realmente incomoda e é idiota. Por conta disso o roteiro é muito ruim, e grande parte da culpa vem de James Patrick Stoteraux, Chad Fiveash e Natalie Abrams. os três, Stoteraux é o que mais tem experiência, tendo estado no roteiro das séries Gotham e Krypton.
Tudo na série parece ser resolvido de uma forma fácil e feito às pressas. Com um elenco péssimo para o que foi proposto, Gotham Knights nunca conseguiu engatar, embora utilize bem as referências e elementos do universo do Batman – muito melhor que Batwoman, outra série perdida no tempo. Desde o protagonista ao antagonista, que é tenebroso, nada na série consegue ser incisivo o suficiente para manter o público ligado na telinha.
Para piorar a situação que já estava ruim, a trilha sonora, que poderia ser uma chave salvadora, consegue estragar momentos diferentes no seriado. São músicas pessimamente encaixadas, o que acabam deixando o espectador revirando os olhos.
Com tudo observado, a conclusão é de que Gotham Knights é apenas uma perda de tempo. Com o desgaste no gênero, a série parece ter ido além, mostrando que tende a piorar quando a situação é adaptar o universo do Batman sem ter o Batman – com Pennyworth não é o caso.
Veredito
Gotham Knights é a pior série de heróis do ano, e entra no rol de piores adaptações de quadrinhos de todos os tempos. Com um roteiro clichê e um elenco inconsistente, o programa da CW é apenas para agregar conteúdo e seu único acerto é em Misha Collins como Duas-Caras.
3/10.