Crítica: Glass Onion – Um Mistério Knives Out (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Um bom entretenimento. 


Entre Facas e Segredos trouxe uma roupagem bem diferente de whodunit, com seu humor ácido, um mistério instigante, personagens interessantes e uma imprevisibilidade única. O longa cravou o Rian Johnson como um cineasta competente. 

Agora, em 2022 temos a sequência do sucesso de 2019, seguindo alguns passos do seu antecessor e também arriscando em algumas coisas. Podemos dizer que o Johnson experimenta bastante coisas novas, como ir mais a fundo nas suas críticas, usar elementos de pegadinha do mistério e claro exagerar (no bom sentido) seu humor ácido.

Na trama de Glass Onion: Um Mistério Knives Out (que tradução mixuruca, hein) acompanhamos o famoso detetive Benoit Blanc que vai à Grécia para desvendar um mistério que envolve um bilionário e seu eclético círculo de amizades.

O ano de 2022 foi o ano para as produções satirizar as pessoas da burguesia e como a riqueza coloca uma faixa nos olhos dessas pessoas, então chegou a vez de Glass Onion também satirizar os nobres que pagam de bons samaritanos. Os dois longas de Johnson sempre teve o objetivo de ser uma releitura das histórias de Detetive da literatura clássica, que também tinham críticas duras sobre a burguesia.

Jonhson conduz a gente nessa trama de falsas verdades que está sendo costuradas lentamente. Vale falar que detalhe é a palavra que define o longa todo porque podemos presenciar como a sua história é bem detalhada até numa simples interação entre os atores, os detalhes estão por lá e sua narrativa criativa ajuda bastante.

A ilha de Miles Bron é uma paisagem de entrada para visitar o que há de bom no capitalismo, mas se você cavar bem a superfície do lugar vai encontrar a podridão. Vemos quase uma tragédia grega da Ilha e do seu criador.

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O próprio Miles Bron é um retrato bizarro de Elon Musk, e não é à toa que algumas polêmicas do longa envolvendo o personagem são parecidas com o bilionário. Edward Norton (Clube da Luta) tem um ótimo desempenho ao convencer como um rico sociopata.

Entre outras coisas da sua história, também temos um questionamento importante, a questão de ter sua ideia roubada por uma pessoa mesquinha, e ter sua perna puxada por seus “amigos”. Essas questões são absorvidas pela excelente atuação de Janelle Monáe (Moonlight – Sob a Luz do Lunar) com Daniel Craig, são os atores que brilham no longa.

Falando de Daniel Craig (franquia 007), o detetive Benoit é uma mistura clara de Sherlock Holmes e Hercule Poirot com alguns toques do cineasta, Craig está ótimo novamente no papel desse detetive carismático.

O elenco é cheio de estrelas igual ao primeiro filme e todos atores estão ótimos nos seus personagens, todos os arcos deles são estabelecido e construídos ao redor dessa falsa adoração do Miles Bron e uma simples fala do longa resume isso: “Vocês ainda mamam nas tetas de ouro dele.” É uma fala que percorre a jornada toda desses personagens sem escolha.

Kathryn Hahn (WandaVision) e Leslie Odom Jr. (Os Muitos Santos de Newark) entregam uma excelente interpretação de uma política preocupada com sua campanha e um cientista com medo de um produto misterioso. Dave Bautista (Duna) e Kate Hudson (Quase Famosos) representam esses influenciadores que não sabem lidar com as próprias decisões na Internet. Jessica Henwick (Matrix Resurrections) e Madelyn Cline (Outer Banks) ambas têm um ótimo desempenho nos seus papéis e carregam uma boa carga de comédia.

O futuro da franquia é brilhante, existem caminhos para explorar nesse gênero enquanto tiver a mão de Rian Johnson nesses filmes teremos um verdadeiro ouro dos longas de investigação.


Veredito

Glass Onion: Um Mistério Knives Out é um bom entretenimento e um excelente whodunit detalhista, representada nessa mente maluca do Rian Johnson.

8/10.

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