
Supergirl -- "Crisis on Infinite Earths: Part One" -- Image Number: CRS_S5__8x12_300dpi.jpg -- Pictured: LaMonica Garrett as The Monitor, Ruby Rose as Batwoman, Audrey Marie Anderson as Harbinger, Brandon Routh as Superman, Jon Cryer as Lex Luthor, David Harewood as Hank Henshaw/J'onn J'onzz, Stephen Amell as Green Arrow, Melissa Benoist as Kara/Supergirl, Grant Gustin as The Flash, Cress Williams as Black Lightning, Caity Lotz as Sara Lance/White Canary, Dominic Purcell as Mick Rory/Heatwave, Carlos Valdes as Vibe, Candice Patton as Iris West - Allen, John Wesley Shipp as Flash 90, Matt Ryan as Constantine, Bitsie Tulloch as Lois Lane and Tyler Hoechlin as Superman -- Photo: The CW -- © 2019 The CW Network, LLC. All Rights Reserved.
Alerta: SPOILERS! Desça e leia por sua conta e risco.
“Vida, um presente precioso que persevera diante de todos os obstáculos.”
Chegou ao fim mais um crossover, e o mais grandioso de todos, Crise nas Infinitas Terras, que contou com cinco séries da DC e pela primeira vez juntou todas (quase) as séries da DC, variando do DC Universe à CW. Mas não só juntou todas as séries da DCTV, como também trouxe de volta personagens de séries antigas. Tom Welling, protagonista de Smallville, Burt Ward como o Robin aposentado da série do Batman dos anos 60, e até mesmo, Brandon Routh, que reprisou seu papel como Superman após 14 anos.
O começo estrondoso do crossover, começou mostrando referências ao Batman de Michael Keaton, quando o jornalista Knox (Robert Wuhl) estava lendo um jornal sobre a prisão do Coringa. Em outros momentos as aparições repentinas de Jason Todd e Rapina no primeiro episódio, levaram a acreditar que a CW estava disposta a juntar tudo para fazer parte do Arrowverso.
Do primeiro ao último episódio, houve momentos marcantes. A morte precoce do Arqueiro Verde (Stephen Amell), abalou todos que lutaram ao seu lado, ainda mais Sara (Caity Lotz), Supergirl (Melissa Benoist) e Flash (Grant Gustin). Não só os heróis, mas como também os fãs, pois ninguém esperava que o sacrifício de Oliver seria logo no começo da Crise. Isso enfureceu muita parte dos assíduos ao Arrow, que logo começaram com teorias de como o personagem voltaria à vida. Com isso, os outros quatro episódios foram se desenrolando e aproximando toda a equipe, em prol de salvar o universo contra a grande ameaça, o Anti-Monitor.
Logo no segundo episódio, este que conteve ótimos fã-services, o quarteto composto por Constantine (Matt Ryan), Mia Smoak (Kath McNamara), Barry e Sara vão reviver Oliver em um dos poços de Lázaro. A alma de Oliver após ele voltar à vida não estava em seu corpo, e sim, no Purgatório.
No mesmo episódio, o Monitor (LaMonica Garret) fala sobre os Protetores, e nisso entram várias e várias referências, tanto dos quadrinhos quanto do cinema. Após Lex Luthor (Jon Cryer) recuperar o Livro do Destino, ele buscaria matar todos os Superman. Numa questão de minutos, houve referência a Morte do Superman e ainda trouxe a aposentadoria do Superman de Tom Welling. Mas o melhor ainda estava por vir. O encontro do Superman da Terra-38 (Tyler Hoechlin) com o Superman da Terra-96 (Brandon Routh). Ficou nítido do que o Protetor da Verdade se tratava, era um Escoteiro que perdeu amigos e sua esposa pelas mãos do Coringa, este que jogou seu gás no Planeta Diário. Marc Guggenheim transformou Brandon Routh num espelho de Christopher Reeve e no Reino do Amanhã.
A atuação incrível de Routh merece destaque, pois ele consegue transmitir um Superman ao estilo de Reeve, levando esperança aonde puder. A luta entre os dois super-heróis foi ótima, relembrando Superman III. Mesmo pelo baixo orçamento, conseguiram fazer com que esta luta fosse a melhor do crossover.

Não só o surpreendente Routh como Homem de Aço, mas também o dublador Kevin Conroy, que surpreendeu todos com a versão mais obscura do Batman já feita até então. Mesclando Reino do Amanhã e Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, Conroy faz jus ao seu título de Cavaleiro das Trevas. Outra boa surpresa foi a própria Batwoman (Ruby Rose) substituindo Batman como a Protetora da Coragem.

A terceira parte de Crise terminou de forma memorável, quando o Flash da Terra-90 (John Wesley Shipp) se sacrifica para salvar Raio Negro (Cress Williams), Barry e outros. O hiato de mais de 1 mês para lançarem os outros dois episódios, deixou tudo em aberto sobre o futuro de Oliver Queen, que fora mostrado no anterior se tornando o Espectro. O novo Espectro, que no quadrinho foi Hal Jordan, o Lanterna Verde, agora iria auxiliar os Protetores a salvarem o multiverso, que já tinha chegado em seu fim.
O Ponto de Fuga, lugar o qual os heróis se encontravam, era onde eles deveriam se unir para derrotar o Anti-Monitor. O sacrifício do Arqueiro ainda contou com seu antigo bordão.

Mesmo com a “morte” do Anti-Monitor, o Multiverso havia sido reformulado por Oliver, fazendo com que as pessoas não se lembrem de nada, e outros heróis que sumiram pela anti-matéria também. As terras se combinaram, juntando Supergirl e outros personagens da Terra-38 com os heróis da Terra-2, formando a Terra Primária.
O episódio final de Crise nas Infinitas Terras, foi sem dúvida, o mais divertido e emocionante. Apesar do sumiço repentino de Ryan Choi (Osric Chau), um dos protetores, o final consegue manter e elevar o patamar de todo o Arrowverse e sua importância para a DC. Não só com a conexão do cinema com as séries, como foi visto o Flash de Ezra Miller conversando com o de Grant Gustin, mas como eles conseguiram adaptar a saga de Marv Wolfman e George Pérez para a televisão.
As referências eram tão constantes que poderia explodir a cabeça de qualquer um e fazer se perguntar: “Como eles fizeram isso?”. Simples, eles tiveram coragem em juntar tudo do melhor do Universo DC e colocar no roteiro. A homenagem também aos escritores do quadrinho foi algo bem bacana de se ver. Marv Wolfman aparece em uma das cenas pedindo autógrafo ao Flash, e Pérez é mencionado como um lugar na cidade.
O final foi tentou ser o mais nostálgico possível, com a narração de Oliver e a reconstrução do Multiverso. Juntando todas as séries possíveis da DC em suas respectivas terras, o final foi tão glorioso quanto o título que o crossover leva. A comovente homenagem ao Arqueiro Verde também se fez presente. E num momento de tristeza, houve alegria, após Barry mostrar a Mesa da Justiça aos heróis, criando a Liga da Justiça.
Veredito
Marc Guggenheim traz junto com outros roteiristas e produtores, a difícil missão de reiniciar o Multiverso. O crossover que fora inspirado na HQ de Marv Wolfman, mostra o quão trabalhoso pode ser, mas também o quanto glorioso pode ficar. As lutas foram ótimas falando de séries, e a trilha sonora foi incrível e inspiradora. A entrega de uma atuação emocional por parte de Caity Lotz, Stephen Amell, Melissa Benoist e Grant Gustin, fazem do evento televisivo um épico dramático de herói. Outros rostos como Brandon Routh e Dominic Purcell, mantém ainda a diversão necessária para o mega crossover, sendo alívio cômico certeiro em seus momentos.
Crise nas Infinitas Terras encerra definitivamente a jornada do Arqueiro Verde de forma memorável, mas que poderia ter sido ainda mais como vigilante, e não uma entidade cósmica. A morte precoce do herói foi um duro golpe aos fãs, por ser inesperado, mas a volta, o sacrifício para salvar o universo e a homenagem, conseguem ser ainda marcantes. Um ciclo se fecha para outro iniciar.
9/10.