Crítica: Avatar – O Caminho da Água (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


“Esta família é nossa fortaleza.”


Ano é 2009, e chegava nos cinemas Avatar. Um filme revolucionário em vários quesitos e principalmente na parte técnica. James Cameron é um cineasta que ninguém deve subestimar porque ele consegue contar histórias surreais, apresentar personagens marcantes e criar efeitos especiais de outro mundo de um jeito único e diferente.

Enfim, treze anos depois chega a tão esperada sequência de Avatar. E essa sequência é a prova viva como o perfeccionismo de Cameron é uma coisa que merece ser admirado. Posso até dizer que ele é um cientista maluco, porque o diretor gosta de desafiar a tecnologia para criar novos equipamentos para trazer uma experiência mais imersiva nos seus longas.

Cameron sempre teve o equilíbrio perfeito entre o entretenimento e a reflexão. Podemos perceber isso bem claro nas suas obras, e principalmente nos seus blockbusters, porque o cineasta não faz blockbuster qualquer, ele faz espetáculo.

Parece que Hollywood esqueceu o que fazia os blockbusters ser um gênero tão especial. Eram para ser filmes eventos verdadeiros e não uma produção sem alma que acabam esquecendo da própria identidade. Mas infelizmente é isso que está acontecendo nas produções atuais da indústria.

Avatar: The Way of Water ganha novas imagens oficiais, confira

Avatar: O Caminho da Água mostra para nós meros telespectadores como um cinema blockbuster deve ser, e não é atoa que são chamados de grandes espetáculos dignos de uma experiência mística. Agora, sim, temos que dizer que voltamos para o mundo de Pandora com grande estilo.

Seguindo os elementos do seu antecessor, sua sequência busca convidar seu público para conhecer um aspecto aquático. O cineasta não deixa nenhum detalhe passar despercebido na sua obra, tudo está em perfeito estado como a pele dos Na’vi que ficou mais viva desde o primeiro filme, cenários ricos e líricos e as cenas debaixo água, cuja dá o nome ao longa, são o maior peixe da obra, pois a construção subaquática é magnífica. É difícil tentar explicar como essa imersão é de outro mundo, mas Cameron deixa claro que ele pode entregar muito mais.

Falando nisso, a fotografia subaquática é um passeio para visitar como a vida no mar pode ser bela, e não um vazio com uma imensa tristeza. A direção de Cameron é como um maestro orientando seus músicos para um show imperdível, não tem palavra melhor para descrever Cameron do que “maestro”.

Tudo do longa evoluiu desde o lançamento de 2009, e isso inclui seus personagens que tiveram um desenvolvimento excelente. Sam Worthington (Fúria de Titãs) e Zoë Saldaña (Guardiões da Galáxia) não deixam o nível cair em nenhum momento, seus personagens seguem firmes e fortes. Kate Winslet (Titanic) repete a parceria com o cineasta, e ela como sempre não decepciona. Stephen Lang volta como Coronel Miles, mas de volta na pele do povo que ele tanto oprimiu, chega ser até poético, na verdade é quase uma releitura contrária do Jake Sully. Lang continua terrivelmente incrível no personagem. O elenco de apoio está fenomenal, não tem se quer um personagem fora de lugar, todos estão bem alinhados.

As mensagens ambientais continuam aqui, mas o longa estuda outros aspectos como o choque cultural entre duas raças, descobrir seu lugar na família e achar a aceitação da figura Paternal, são analogias que rodam o filme todo.

Esse longa é um alívio que o cinema precisava após suportar tantos filmes programados por algoritmos, e finalmente temos um blockbuster verdadeiro.


Veredito 

Após 13 anos, James Cameron convida a gente novamente para voltar para o Mundo de Pandora, e essa espera realmente foi necessária para o público poder testemunhar a inovação da tecnologia e testemunhar a volta do Cinema blockbuster.

9/10.

Anúncios

Leia também

+ There are no comments

Add yours

Deixe um comentário