
Aviso: Crítica sem spoilers!
Wes Anderson mostra seu jeito único de contar história.
O cinema de Wes Anderson chama a atenção por seu jeito diferente de contar uma história por meio de imagens belíssimas, enquadramentos perfeitamente alinhados e personagens com comportamento estranho. Aos poucos Anderson ganhou destaque pelos amantes da sétima arte por seu jeito “esquisito” de contar histórias.
Asteroid City segue a história de uma cidade fictícia na década 1950 em um deserto norte-americano. Encenada como uma peça, segue uma convenção organizada para unir alunos e pais em uma competição acadêmica, até que o caos repentinamente se instala, após acontecimentos em escala global ameaçam perturbar os visitantes.
Anderson constrói sua narrativa usando elementos de histórias pulp sci-fi da época para desenvolver um longa extremamente deslumbrante e tecnicamente impressionante para falar como o cinema e Teatro são almas gêmeas e também explorar o charme do sci-fi pulp.
Temos o personagem de Edward Norton (Clube da Luta) como o dramaturgo dessa peça, então acompanharemos essa trama se desenrolar no maior estilo de Wes Anderson, e com isso vamos conhecer vários personagens dessa peça e aqui mora um dos problemas desse longa que é o acúmulo de personagens.
Elenco é recheado de atores excelentes, porém nem todo mundo vai ter aquele destaque para se desenvolve, apenas alguns vai ter um destaque. Jason Schwartzman é nosso astro principal dessa ficção-científica louca e ele vai guiar o público no meio desse caos, aliás a palavra “caos” define essa obra, mas no bom jeito.
Muita gente pode se sentir cansada desse estilo do Anderson e achar que ele virou “refém” do próprio estilo. Entretanto, o cineasta ainda tem fôlego para conduzir uma boa experiência, e isso se prova pelo seu visual incrível, sendo a marca registrada do diretor por sempre entregar uma estética respeitosa.
Cinema e teatro andam juntos e ambos têm suas linguagens parecidas, e Wes Anderson usa a linguagem das duas para discutir o limite da realidade e como a arte acolhe as pessoas para esquecer seus problemas. Isso é transportado nos astros Scarlett Johansson (O Grande Truque) e Adrien Brody (O Pianista), onde seus personagens vivem do teatro para esquecer sua realidade medíocre e nisso entram os elementos teatrais da obra.
O artista usa a ilusão para criar suas fantasias para escapar da realidade e o cineasta trabalha muito bem isso. Como dizia nosso host interpretado por Bryan Cranston, Asteroid City não existe. É um drama imaginário criado expressamente para esta transmissão.”, sempre usamos nossa imaginação para alimentar nosso possível vazio da realidade.
Anderson impressiona por usar o stop-motion com atores reais e isso é um feito incrível, além dele explorar a paranoia da chegada dos alienígenas na terra.
Veredito
Asteroid City é uma experiência que só Wes Anderson podia entregar, apesar do filme tropeçar em alguns aspectos. O cineasta ainda mostra seu jeito único de usar sua câmera para contar uma história maluca.
7,5/10.