
Reprodução: Paris Filmes
Aviso: Crítica sem spoilers!
Terror espanhol não consegue inovar o gênero.
O filme A Primeira Comunhão, que estreia nesta quinta-feira (30) nos cinemas brasileiros, é mais um longa de terror estrangeiro que tenta conquistar espaço. Com uma ideia central interessante, a obra espanhola não consegue inovar o gênero e fica presa numa roda giratória do “faltou o básico”.
Com a direção de Víctor Garcia, o filme espanhol acompanha Sara (Carla Campra), uma garota nova na cidade que tenta se encaixar, fazendo novos amigos. Ela conhece Rebe (Aina Quiñones), amiga de confiança e única amizade que ela possui na nova cidade. Ambas vão para uma balada, no entanto, quando voltam para casa, acabam encontrando uma menina sombria em uma floresta, vestindo seu vestido de primeira comunhão.
Mesmo que a ideia pareça ser boa, ela é muito mal executada, do início ao fim do longa-metragem. Embora o filme não canse, bem por ser curto, ele não apressa seu desenvolvimento. Porém, tudo é muito escasso e superficial, desde o arco principal até as subtramas com os personagens coadjuvantes. Há um grande problema no filme que é de saber explicar ao público do que se tratava o projeto, algo que foi exemplificado apenas em seus momentos finais.
Garcia tem uma direção insegura, tanto num roteiro defasado e confuso quanto nas cenas de terror pouco exploradas e feitas de forma qualquer. A trama tenta ainda se sustentar em dramas familiares rasos, onde não há desenvolvimento algum, ou mesmo flertes baratos que não levam a lugar algum. O desperdício de talentos é grande, com Campra e Quiñones interpretando as melhores personagens, que podem convencer apenas o espectador que busca por diversão.
Por sua vez, se os jump scares não conseguem surpreender, a trilha sonora, o maior ponto positivo, surpreende qualquer um. Mas, apenas a trilha sonora consegue ser o ponto de destaque, em um projeto onde nem mesmo a maquiagem se sobressai ou as atuações consigam ser convincentes o suficiente. Mesmo não sendo um tédio, o longa abre possibilidades gigantescas para trabalhar, pega tudo que pode e não finaliza nada.
Não sendo um projeto gracioso, A Primeira Comunhão deixa muito a desejar com sua proposta promissora, não sabendo trabalhar com o que tinha à disposição.
Veredito
Sendo uma tremenda decepção, A Primeira Comunhão é um filme confuso e sem vida, que não consegue utilizar a temática dos anos 1980 de forma correta. O terror, que é inexistente, apenas está para definir o gênero do projeto, que podia entregar muito mais do que um simples emaranhado de arcos sem fim.
5/10.