Crítica: Pennyworth (3ª temporada)

Alerta: SPOILERS! Desça e leia por sua conta e risco.


Nova temporada deixa a desejar.


A terceira temporada de Pennyworth, série da HBO Max muito pouco comentada, foi finalizada ainda em novembro de 2022, e houve pouquíssimo marketing em torno do seriado. Apesar de ter vindo direto da Epix com duas boas temporadas, Pennyworth não resgata o seu brilhantismo de seu primeiro e segundo ano, e deixa a desejar na terceira temporada.

Na nova temporada, Alfred (Jack Bannon) está indo muito bem com seus negócios como detetive particular ao lado de Dave Boy (Ryan Fletcher). Porém, uma nova ameaça começa a surgir para toda a Inglaterra, envolvendo até mesmo os Estados Unidos, e Alfred e Dave Boy se unem para descobrir o que é. Enquanto isso, sua parceira, Bet Sykes (Paloma Faith), tenta terminar o que havia começado no segundo ano.

O enredo segue justamente o personagem titular, mas o grande foco é na família Wayne, com Thomas (Ben Aldridge) e Martha (Emma Paetz) possuindo uma filha. Embora esteja tentando se aproximar dos quadrinhos, o principal problema da nova temporada é incluir diversos arcos que não são necessários, tentando dar importância maior para os personagens secundários. Um deles é o próprio arco dos personagens que possuem poderes, algo que deixa Pennyworth fora dos trilhos, e faz a série tentar se assemelhar com Gotham. 

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O maior trunfo da série sempre foi o mistério e a investigação, e há algo interessante no terceiro ano sobre isso, levando o protagonista a correr contra o tempo. A inclusão do pai de Thomas Wayne, Patrick, mostra um acerto, mas ainda acaba sendo bem confuso quando é revelado quem realmente estava por trás de tudo. O roteiro desta temporada, comparado aos das anteriores, se prende em vários personagens e não foca apenas em Alfred. É claro, apresentar mais do que Thomas, Martha ou qualquer outra pode fazer na trama é comum, mas Pennyworth torna-se mais uma série sobre os Wayne’s do que o próprio Alfred.

Se o roteiro deixa a desejar quanto ao encontro e desencontro da história principal e suas subtramas, as atuações não. Aldridge é um nome a ficar de olho. Ele irá estrelar Batem à Porta, e é um ator capaz de bons projetos, assim como Paetz e Bannon, muito bem caracterizado como Alfred. Simon Manyonda como Lucius Fox também é um bom nome, assim como Faith e Dorothy Atkinson. Porém, alguém que mereça mais é Harriet Slater e sua personagem, que desde o primeiro ano, é “escanteada”. Nesta temporada, Sandra ganha um pouco mais de tempo de tela, mas é tratada apenas como segunda opção. O romance dela com Alfred não engata e é pessimamente estruturado, mesmo que os dois personagens combinem bastante.

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Nem tudo é tão errático assim. Definitivamente não. A intro, bem como a trilha sonora, são ainda mais cativantes, e o trabalho de Lorne Balfe na terceira temporada é o seu melhor em Pennyworth. Além disso, o uso do CGI em poucas cenas pode ser notado, e há uma queda de renderização em um momento, mas que pode passar despercebido. A fotografia, novamente, consegue ser um dos pontos fortes, mas é perceptível a mudança de clima por conta de estar com uma nova produtora por trás. Ou seja, tudo que antes, a Epix fazia, fazia melhor que a HBO Max em Pennyworth

Por fim, a terceira temporada de Pennyworth roda por muito tempo, possui um bom começo, mas desliza nos últimos episódios, deixando novamente um final em aberto insatisfatório. Uma quarta temporada da série ainda não foi anunciada, e este final em aberto pode ter sido em vão.


Veredito 

Diferentemente das duas boas temporadas anteriores, Pennyworth cai de produção em seu terceiro ano, embora possa brilhar novamente caso for renovada – e merece. Com Jack Bannon liderando o elenco, a trama escorrega e se torna confusa ao tentar ligar tudo em apenas um personagem, e também apresentando um vilão totalmente fora de sincronia com a história. 

6/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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