Crítica: Babilônia (2023)

Aviso: Crítica sem spoilers!


O melhor da carreira de Damien Chazelle.


Fui sem a mais qualquer pretensão de me divertir quando entrei na cabine de Babilônia, a estreia do longa nos Estados Unidos não foi tão boa, e confesso que isso me inclinou a não nutrir muitas expectativas quanto ao projeto, e eu nunca fiquei tão feliz por estar errado.

A história de Babilônia se passa no final da década de 1920, onde Hollywood passa por um período de grande mudança, com a transição do cinema mudo para os filmes falados. Uma grande estrela da indústria, cheia de sucessos de bilheteria, Nellie LaRoy, ascende em sua carreira, migrando com sucesso de um modelo cinematográfico para o outro. Porém, nem todas os atores têm a mesma sorte, trazendo, a inovação tecnológica, dificuldade para alguns.

Os projetos anteriores do cineasta Damien Chazelle não me agradaram da mesma forma que Babilônia me agradou. O longa possui uma estética simplesmente incrível além de uma excelente direção por parte do próprio Chazelle, a direção é muito dinâmica, e nenhum pouco preguiçosa.. A composição de todas as cenas, principalmente as que se passavam nas festas que os grandes produtores de Hollywood davam, é sensacional.

Margot-Robbie-Babylon
Reprodução: Paramount

Gostaria de dar ênfase no trabalho do Linus Sandgren, que trabalhou como diretor de fotografia do longa, seu trabalho não passa despercebido do filme em momento algum, você não consegue em nenhum momento desgrudar os olhos da tela, devido a montagem dinâmica que o filme apresenta. Se você piscar, provavelmente perdeu alguma coisa que está acontecendo em segundo plano.

A fotografia parece estranha no começo, mas você se adapta muito rápido, quando mesmos esperar, você já está deslumbrado com tudo que está acontecendo em tela. Destaque para a cena da primeira festa, onde a excelente Margot Robbie se torna aos poucos o ponto central da festa, aquela cena é a prova do talento de Sandgren aliado com a direção de Chazelle.

O roteiro do longa no geral é bem feito, ligando muito muito bem os pontos de cada núcleo retratado no filme, unindo tudo de uma maneira orgânica e fluida, mas nem tudo são flores. O roteiro têm algumas barrigas e algum personagens são um pouco escaneados, o que é compreensível, devido a duração de 3 horas do filme, mas ainda sim deixou a desejar.

As atuações do filme são primorosas, o novato Diego Calva está muito bem no filme e convence muito bem para o seu primeiro papel de destaque, é um nome para se ficar de olho dentro do da indústria. Brad Pitt também se entrega ao papel de uma maneira incrível, além de Robbie que tem uma atuação impecável; ouso dizer que foi o melhor papel da atriz até o presente momento.

Agora que todos os aspectos técnicos do filme foram evidenciados, quero dar destaque para o valor do subtexto de Babilônia, o longa destrói a magia de Hollywood mostrando que ao mesmo tempo que a indústria pode mudar vidas, ela também tem o poder de destruir sonhos. Não contente, o longa também é uma declaração de amor ao cinema, ao mesmo tempo que mostra o lado mais sombrio da sétima arte, também mostra a beleza que é pensar o cinema, não só como arte, mas da maneira que você quer pensar sobre o cinema em todos os aspectos possíveis.


Veredito

Babilônia é o melhor projeto de Damien Chazelle. Além de mostrar o lado obscuro do cinema, o filme também te faz pensar sobre o cinema como um todo. Sem dúvidas uma grata surpresa.

8,5/10.

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