Crítica: Lobisomem na Noite (2022)

Aviso: Crítica sem spoilers!


O especial de Halloween da Marvel era o que precisávamos.


Creio que seja senso comum achar as produções atuais da Marvel um tanto quanto maçantes e mais do mesmo, já que estamos sendo constantemente bombardeados com inúmeras produções bem aquém de outras coisas que a Marvel fez no passado.

O anúncio de Lobisomem na Noite foi um grande alívio para mim, como fã das produções da Marvel e fiquei bem animado por ter o mínimo originalidade no trailer lançado durante a D23. Eu estava genuinamente bem animado para ver algo bem diferente do habitual por parte da produtora e de seus realizadores. E bem, o primeiro especial de de terror da gigante dos super-heróis acabou sendo uma grata surpresa.

Na história do média-metragem, acompanhamos Jack Russell, um caçador de monstros que se reúne com outros caçadores para comparecer ao templo da família Bloodstone para o funeral do seu patriarca que faleceu. Após isso, os caçadores terão que participar de uma caçada para herdar a relíquia da família e enfrentar um monstro que colocará todos em perigo.

20221008_000754

Primeiramente eu gostaria de elogiar a direção do compositor e estreante na direção, Michael Giacchino, que fez um ótimo trabalho para o especial. A direção é sutil e tem uma cinematografia interessante e bem diferente do que estamos habituados com relação a produtora, com enquadramentos de fato bem bons. O clima de suspense durante a caçada ao Homem-Coisa é extremamente funcional e consegue gerar um suspense orgânico e bem feito, muito por parte da direção e pela boa trilha sonora que auxilia bastante a direção de Giacchino.

A homenagem que o diretor fez aos filmes de horror da década de 1930 e 1940 é bem nítida, mais especificamente ao filme O Lobisomem de 1941. A escolha estética de fazer o especial em preto e branco e com os granulados característicos de um filme de época foi uma decisão bem acertada e o formato do especial é o seu maior trunfo, eu ficaria muito feliz em ver outros médias-metragens produzidos pela Marvel no futuro.

Os personagens são bem subdesenvolvidos, mas não acho que isso seria culpa de um roteiro mal feito, na verdade eu considero isso um grande acerto por parte dos roteiristas que entregaram algo que o formato do especial pedia, então é um roteiro é bom para o que o formato pedia, algo rápido mas que desse um bom background para os personagens.

Ainda sobre os personagens, o protagonista interpretado por Gael García Bernal e Elsa Bloodstone que é interpretada pela Laura Donnelly são carismaticos o suficiente para querermos ver o desenrolar da trama por causa dos dois, pena que não posso dizer o mesmo dos outros personagens, com exceção do Homem-Coisa que é propositalmente escanteado pelo roteiro. Mas os outros personagens não são tão relevantes assim e são bem qualquer coisa, de modo geral.

20221008_004609

Sobre a caracterização dos personagens; o especial não situa o público da era que o especial se passa, podemos ver algumas tecnologias avançadas o suficiente para não condizer com as vestimentas dos personagens, deixando uma pulga atrás da orelha dos espectadores. O especial também conta alguns erros estéticos bem decepcionantes como por exemplo: o design do lobisomem. Apesar de ser composto totalmente por efeitos práticos, o que é ótimo dado ao fato da Marvel ter problemas com CGI nas produções atuais, mas eu esperava algo mais moderno e assustador. Eu entendo a homenagem que o estúdio fez ao já citado O Lobisomem, mas não foi do meu agrado.

E por fim o maior tiro no pé da produção, incluir cores no final, pode parecer meio bobo, mas trocar o clima soturno do especial e incluir as cores foi uma quebra que eu não esperava. Por mais que seja poucos minutos, para mim removeu um pouco do charme do projeto.


Veredito

Lobisomem na Noite foi uma grata surpresa para os fãs de terror e da Marvel Studios, tendo um suspiro de originalidade que o estúdio precisava, mas com algumas escolhas estéticas não tão assertivas.

9/10.

Anúncios

Leia também

+ There are no comments

Add yours

Deixe um comentário