
Reprodução: Hulu
Aviso: Crítica sem spoilers!
Renovação de franquia através de novos horizontes.
No título original “Prey”, tem o nome com uma conexão muito similar ao sentido da obra. A presa em sua fuga habita entre emulações entre o gênero do horror e a ação, com Naru (Amber Midthunder) guiando a aventura repleta de adrenalina e emoção. A Caçada honra o legado do clássico com Arnold Schwarzenegger com respeito e perspectiva de renovação.
Dan Trachtenberg, como diretor, utiliza de uma câmera singular, o rosto da protagonista fixa as vibrações que a cerca, jamais existe um momento alheio que se curva ao tédio, a constante evolução das reflexões e o medo que cercam a protagonista, afloram junto de invenções para lidar com as adversidades.
Beirando a uma aspiração ao slasher, a criatura – o predador, habita nessa caça nesta com muito distinção de métodos, não é uma busca entre dois opostos, mas uma exploração do ambiente ao redor, por uma dinâmica de sobrevivência e auto provação. O filme não satisfeito pela eclosão da aventura, adentra em outros aspectos da mitologia do ser e novos desdobramentos sobre a protagonista, assim gerando novas incursões sentimentais do público na obra.

A mitologia do ser é uma faceta de contexto, fornecer informações limitadas ao público, de forma que os dados sejam apenas detalhes, e quando temos mais tempo com Naru, estamos diante de uma presa, não apenas fugindo do predador, mas das convicções equivocadas geradas pela sociedade.
O pressuposto é floresta como o seu túmulo, invés de termos um abate fácil, o que morreu são preconceitos e estigmas, ao colocar uma nativa-americana em pé de igualdade e com qualidade com outros protagonistas da saga, algo consciente e com margens para renovação sobre o papel da sobrevivente feminina nesse estilo de filme.
Quando a linearidade é minimizante, e o filme está contido quanto aos seus limites, a estrutura abre margens para novidades, não se esvaindo da criatividade em buscar relações estéticas em outras obras e momentos da franquia, de forma superficial, Dan Trachtenberg realizou um trabalho semelhante em Rua Cloverfield, 10.
Na obra de ficção científica, o diretor utilizou influências do gênero para abordar a paranoia e a violência doméstica feminina, com alusões a grandes clássicos do suspense. Em “A Caçada”, faz uma saudação, uma reza ao filme original da franquia, mas com amor a adrenalina e um abraça ao futuro e criticando velhos hábitos, consagrando Naru como uma das protagonistas femininas mais interessantes do cinema de ação contemporâneo.
Veredito
Predador – A Caçada é ação com suspense, na medida certa e o equilíbrio está na entrega desenfreada da protagonista, cenas de tira o fôlego. Muitas homenagens ao gênero e a franquia, mas não é uma reinvenção do cinema, mas uma afirmação do título, pode se fazer uma caçada excepcional com o necessário, e levar a adrenalina ao topo do mundo.
8/10.