Crítica: Obi-Wan Kenobi (1ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Minissérie surpreende, mas não chega a ser inovadora.


Star Wars vem com força máxima no Disney+. A Lucasfilm está produzindo várias séries, live-action ou animadas, e se concentra muito na TV após o sucesso de The Mandalorian. A mais recente a ir ao ar, Obi-Wan Kenobi, traz de volta um dos Jedi mais poderosos da saga. Não apenas poderoso, mas ainda mais experiente. E, também, traz alguém ainda mais especial para enfrentá-lo.

Explorar um pouco mais do vasto mundo de Star Wars é sempre bom. No entanto, Obi-Wan explora pouco, já que utiliza muito do que os fãs já conhecem, até o caminho do Episódio IV. Talvez seja frustrante não ser tão inovadora quanto The Mandalorian, mas com certeza, é tão emocionante e mais poderoso quanto os últimos filmes da saga. Há um pouco mais a ser trabalhado, como os Inquisidores de Darth Vader, além do próprio vilão, um ícone da cultura pop junto ao Coringa.

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Reprodução: Lucasfilm

Em Obi-Wan Kenobi, Obi-Wan, que agora atende pelo nome Ben, continua exilado em Tatooine com uma única missão: proteger Luke Skywalker. No entanto, os caminhos de Luke e Kenobi não se cruzam tão cedo, já que o ex-mestre Jedi está sendo caçado por Darth Vader e seus Inquisidores. Com o Império Galáctico tomando todo o poder para si, e prosperando na galáxia, está nas mãos de Kenobi tentar sobreviver em meio ao Lado Sombrio.

Rever a era mais conturbada na galáxia, é claro, é incrível. O lado nostálgico toma conta de qualquer um, seja você apenas um espectador que não entende muito da franquia, ou mesmo o fã voraz. O estúdio soube usar isso muito bem a seu favor, para tapar certas conveniências um tanto absurdas – e não dá para dizer que está tudo bem. No entanto, não deixa de ser um movimento interessante, visto que consegue agregar, mesmo que pouco, questões para a Saga Skywalker – além disso, fecha com chave de ouro A Vingança dos Sith, e completa uma trilogia com esse e Uma Nova Esperança.

Rogue One mostrou um pouco do vasto poder de Vader. Os quadrinhos e games costumam mostrar isso muito mais. A minissérie conseguiu trazer isso em tela, algo que todos queriam ver. Um vilão mais poderoso, em seu ápice, e com efeitos muito melhores do que nos anos 80 e 90. Hayden Christensen volta de forma brilhante, assim como James Earl Jones, dando voz ao personagem tanto amado e odiado. Por sua vez, Ewan McGregor retorna como Obi-Wan, em sua forma mais natural e tão poderoso e experiente quanto antes. Ver que os dois atores estão se reunindo novamente para um novo projeto, bem como reprisando seus papéis, é gratificante. 

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Reprodução: Lucasfilm

Mas, mesmo que seja um acerto, é uma corrida de gato e rato do episódio 1 ao 6, e que não precisava se estender desta forma. Joby Harold, roteirista do show, conduz de forma eficaz, de fato, nos dois últimos episódios, além do terceiro. Há um balanço entre os seis episódios, entre ser fraco, regular, bom ou espetacular – este é o caso do último. Deborah Chow, infelizmente, não soube ditar um ritmo certo como Jon Favreau e Dave Filoni fizeram em The Mandalorian. Porém, é um dinamismo mais satisfatório do que o apresentado em O Livro de Boba Fett

Mesmo que em certos momentos, o roteiro não seja brilhante e os diálogos marcantes, há cenas que ilustram o quão épico é Star Wars. Seja na questão visual, de figurino, ou apenas nos efeitos especiais, que fazem os sabres de luz parecerem lâminas afiadas e bem quentes. O elenco sólido e a boa dinâmica permitem com que o programa seja satisfatório. Além disso, é forte a presença de John Williams na composição do tema principal, mas não de Natalie Holt nas faixas sonoras. Certamente, é decepcionante ver Holt acomodada com Loki, e não conseguindo ter um bom trabalho em Obi-Wan Kenobi como era o esperado.

Por fim, Obi-Wan Kenobi não só brinca com a nostalgia dos fãs, mas, também, preenche a lacuna entre A Vingança dos Sith e Uma Nova Esperança. Embora o roteiro pudesse ser mais refinado para tornar a minissérie ainda mais especial, o show enriquece o universo de Star Wars um pouco mais.


Veredito

Ewan McGregor tem sua passagem para o panteão onde as lendas de Star Wars repousam, e de forma brilhante. Apesar de certos deslizes no roteiro, há cenas e batalhas marcantes, em uma ação que oscila do começo ao final. Obi-Wan Kenobi pode não ser uma série perfeita como The Mandalorian, mas é um projeto interessante e notável no cânone de Star Wars, como alguns filmes nos últimos anos não conseguiram ser.

8/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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