
Aviso: Crítica sem spoilers!
Continuação homenageia antecessor e traz novos ares para a franquia.
Em 1986, um filme sobre pilotos da marinha americana se tornou a maior bilheteria do ano, resultando em um sucesso absoluto e responsável por um aumento de 500% de alistamento de jovens para as forças armadas nos Estados Unidos. Quase 36 anos depois, Tom Cruise volta ao papel de Maverick e traz um filme emocionante, impactante e impressionante.
A história acompanha Pete Maverick nos dias atuais. Ele ainda segue sendo um piloto à moda antiga na marinha, com diversas condecorações e sendo muito reconhecido pelo o que fez nos últimos 30 anos, porém nada disso fez com que sua carreira decolasse. Agora, Pete terá que ser o instrutor para uma nova equipe de pilotos em uma missão quase impossível, que exigirá o sacrifício de cada integrante. Desta forma, o protagonista precisa enfrentar seus medos e os fantasmas de seu passado, além de provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo tecnológico.

É interessante ver o retorno de Cruise para uma franquia e um personagem que ele deixou há tanto tempo, tendo a sua carreira mais do que estabelecida em Hollywood e com vários filmes e franquias de sucesso. A sua volta em Top Gun não é só algo nostálgico, como necessário. Aos 59 anos, Tom Cruise ainda faz a maioria de suas cenas de ação, e nesse filme não seria diferente, com o ator realmente voando caças e fazendo manobras. Criando até um paralelo com o seu personagem Maverick, sendo uma pessoa que sempre busca o desafio e procura superar e romper limites.
E como era de se esperar em um filme de aeronaves, um dos maiores triunfos do longa são as sequencias surreais de caças, trazendo doses de adrenalina, emoção e intensidade ao público. A sensação de realismo nas cenas são verdadeiras, já que além do próprio Tom, os atores que fizeram a equipe de pilotos tiveram que aprender a voar os jatos.

O longa ainda tem tempo para desenvolver a história e seus personagens, principalmente Maverick. O roteiro de de Peter Craig, Justin Marks, Ashley Edward Miller e Zack Stentz faz questão de adicionar mais camadas interessantes ao personagem, do que sua luta obsessiva em superar os limites, fazendo ele superar traumas e alguns fantasmas do passado.
A química entre a equipe de pilotos que Maverick tem que treinar funciona muito bem, mas quem se destaca mesmo é Rooster (Miles Teller). Ele é filho de Goose, antigo ala e amigo de Maverick no primeiro filme, mas que acabou tendo um destino trágico. Por isso, existe uma relação de tensão entre os dois personagens, que move a trama e explora a relação de ambos tendo que enfrentar o passado.
O que ainda move a trama do longa é o romance entre o personagem de Tom Cruise e Jennifer Connelly. O par romântico de Maverick no primeiro filme interpretada por Kelly McGillis teve que ser substituída por causa da idade. A química de Cruise e Connelly funciona muito bem e é embalada agora por “Hold My Hand” de Lady Gaga, forte candidata a repetir o feito de “Take My Breath Away” e levar o Oscar de melhor canção original para casa.
Veredito
Top Gun: Maverick concorre a ser o melhor blockbuster de 2022, trazendo um filme elétrico e emocionante, repleto de cenas de ação impressionantes e um drama muito bem desenvolvido que pode emocionar o público. Tom Cruise prova mais uma vez que ainda continua sendo um dos principais astros de ação e de que Maverick está mais alto do que nunca.
10/10.