Crítica: Justiça Jovem (4ª temporada)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Nova temporada cativa, mas cansa.


Depois de um bom tempo sem ir ao ar, Justiça Jovem teve sua quarta temporada exibida na HBO Max. A série animada é uma das melhores da DC, sem dúvidas, e uma das mais maduras. Mesmo com obstáculos a serem superados no caminho, e tentar inovar sempre com discursos, temas e nos próprios moldes, a nova temporada é cativante, mas cansa.

A terceira temporada de Justiça Jovem é a ovelha negra da série, e pelo simples fato de conseguir ser bem enrolada na segunda parte. Por sua vez, a equipe de roteiristas não podia permitir um quarto ano que pudesse desgastar o espectador. De certa forma, após os eventos do terceiro ano, com Markóvia tendo um novo rei, a Liga da Justiça separada e diferente, a quarta temporada continua a explorar um pouco mais sobre esses assuntos. Não apenas isso, claro, mas, o criador Greg Weisman e companhia não podem esquecer os eventos anteriores, que fizeram a equipe chegar onde estão.

Dividindo a temporada em seis arcos, focados em Superboy e Miss Marte, Tigresa, Zatanna, Aqualad, Foguete e Asa Noturna – nesta ordem exata -, a série não se perde ou confunde o espectador. E, facilmente, consegue unir todos os arcos para um maior, que corria justamente no background: como Vandal Savage surgiu, até seu recém aperto de mão e parceria com Darkseid. Por sua vez, a Luz também é mencionada, revelando que os trabalhos ainda continuam.

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A primeira parte da quarta temporada começa de uma forma calma, e não motiva o público a querer continuar vendo – pelo menos o arco sonolento do Superboy e Miss Marte. Este vai e vem entre os dois heróis é cansativo e desnecessário. Além disso, o que vem a seguir torna-se muito pior. E não é o arco da Tigresa, de forma alguma, um dos melhores da temporada. É justamente o Mutano, que fica totalmente inútil, insuportável e descartável. Não seria surpreendente se ele morresse na próxima temporada, caso houver.

Ainda na primeira parte, há um destaque a ser feito na história de Zatanna, que é a melhor da temporada. O místico atrai mais os fãs, pelo fato de que Zatanna, desde a primeira temporada, luta para ver seu pai após ele ter colocado o elmo do Destino. Essa trama é ainda a mais interessante de Justiça Jovem, e ainda mais do que a história principal.

Já na segunda parte da temporada, que se manteve, certamente, interessante na reta final, Atlantis, Nova Gênese e a Zona Fantasma foram focos. Aqualad é o novo Aquaman, enquanto Arthur “abdica” da Liga da Justiça para governar seu reino. É um passo gigantesco ao herói, anteriormente um espião infiltrado para descobrir os planos da Luz. O personagem cresceu e muito de produção, e conseguiu ser um destaque satisfatório na nova temporada. No entanto, este não foi o caso de Foguete, que não possui um certo carisma necessário para conseguir conquistar uma legião de fãs. Apesar disso, mostrar mais da mitologia dos Novos Deuses é importante, e prepara o terreno para um embate poderosíssimo contra Darkseid futuramente.

Para segurar a temporada, e fazê-la terminar com chave de ouro, Asa Noturna é o herói destaque do último arco. Em todo o quarto ano, o perigo ficou concentrado em Ma’alefa’ak, que, posteriormente, teve o auxílio do filho de Zod, e do próprio General Zod. São vilões muito importantes da universo DC, e que foram aproveitados de forma competente pelos roteiristas, que conseguiram manter uma ótima abordagem nos episódios finais.

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Com bons traços e animação fluida, o elenco de voz também é satisfatório, mesmo que certas vezes, seus personagens não sejam os melhores. Apesar de erros e acertos, a nova temporada é mais consistente que a anterior, mas perde ritmo aos poucos e nem mesmo consegue brilhar como antes.


Veredito

Justiça Jovem: Fantasmas é boa, e continua apresentando temas maduros, mesmo em uma série animada feita para um público mais jovem. Sabendo lidar com suas ameaças, e as dificuldades que cada herói possui, a quarta temporada de Justiça Jovem derrapa no início, e se aproveita de conveniências na reta final.

7/10.

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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