Crítica: Kate (2021)

Aviso: Crítica sem spoilers!


Muita ação, pouca atuação.


Kate, o novo filme de ação massiva da Netflix, e estrelado por Mary Elizabeth Winstead, estreou ainda na semana passada no streaming. Havia um grande burburinho por ser Winstead como protagonista, sendo o primeiro filme dela após Aves de Rapina. Entretanto, apesar da miscelânea no combate, o longa não brilha como era o esperado, e traz um resultado ruim.

Winstead interpreta a personagem-título, que fora envenenada, e tem menos de 24 horas para achar o responsável. Isso até parece ser uma trama interessante – de fato, é -, mas não é bem colocada em prática. O roteiro é previsível, tão quanto um filme de romance adolescente. Tudo parece acontecer tão rápido, sem termos um pouco mais de desenvolvimento. A assassina Kate, está em busca do homem que quer matá-la, e esbarra em Ani (Miku Martineau), garota que possui contato com este homem. Era pouco improvável pensar que ambas seriam amigas em curto prazo, e foi realmente o que aconteceu. Um acaso do destino, ou facilidade no roteiro?

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Não posso negar que a personagem-título não teve um bom desenvolvimento, porque teve. Bem como sua dinâmica com Ani, mas há certos momentos que o longa abusa do emocional, mas tenta, ao mesmo tempo, não entregar uma ação clichê: “Me fale onde ele está e eu não te mato”. Se há uma boa interação entre as personagens de Winstead e Martineau, isso não se repete com o personagem de Woody Harrelson, Varrick. Por incrível que pareça, o roteiro de Umair Aleem entrega de bandeja que Varrick não é o que parece. Não sabemos direito sobre a história de V, além de Kate, mas em alguns flashbacks, denotamos que ele realmente é uma pessoa estranha e maldosa.

O elenco é, no mínimo, rudimentar em questão de atuação. Winstead merece muitos elogios, pois brilha do começo ao fim, e ganha ainda mais força depois do minuto 30. Martineau tenta acompanhar, mas não possui tanto carisma quanto Winstead ou Harrelson, e sua personagem não agrada. Mas, o que mais pode deixar o espectador insatisfeito, foi ver o estrelismo de Harrelson sendo jogado fora neste filme. Seu personagem é importante para a trama, mas, tanto seu personagem, quanto ele, estão muito abaixo. Ele é um bom ator, que foi desperdiçado em um filme genérico de ação. Mas, devemos reconhecer que ele tentou fazer o possível.

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Mesmo que o roteiro do longa-metragem não seja surpreendente e o final, previsível, a ação e coreografia é o ponto mais forte. Há ótimas sequências de ação, que espalham sangue na parede, cabeças rolando no chão e pernas quebradas. Entretanto, se pensaram que isso salvaria o filme, enganam-se, pois ele cai de rendimento a cada ato, e torna-se desinteressante. A obra tenta ser legal e agradar o espectador com a ação exacerbada, mas deixa de lado um desenvolvimento que poderia ser bem melhor, com duas grandes estrelas em seu elenco.


Veredito

Com Mary Elizabeth Winsteadbrilhando em Kate, e uma personagem-título agradável, o roteiro raso e defasado do filme não acompanha sua ótima ação. O longa de ação da Netflix não consegue libertar-se de seu lugar-comum, e desagrada com uma trama banal e esperada.

5/10.

 

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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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