Christopher Nolan detona HBO Max e decisão da Warner; presidente da AT&T defende

Diretor está descontente com a Warner, assim como muitos outros.


A decisão da Warner Bros. de lançar seus filmes de 2021 nos cinemas e no HBO Max simultaneamente,  pegou todos de surpresa, inclusive os diretores, em especial, Christopher Nolan, da aclamada Trilogia Cavaleiro das Trevas e de Tenet, que “abriu” os cinemas por curto tempo. Após uma entrevista ao ET Onlinedizendo que recebeu a notícia com descrença, o diretor emitiu um comunicado ao THR, detonando o HBO Max e o plano tomado pela Warner para os filmes de 2021.

Alguns dos maiores cineastas e estrelas de cinema de nossa indústria foram para a cama na noite anterior pensando que estavam trabalhando para o maior estúdio de cinema e acordaram para descobrir que trabalhavam para o pior serviço de streaming”, disse Nolan, em comunicado.

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Divulgação/Warner Bros. Picutres

Os executivos do estúdio, especialmente Toby Emmerich, presidente da WB Pictures, se dizem “satisfeitos” com o andamento desse projeto, que pode acarretar mais alguns milhões de assinaturas no HBO Max nos Estados Unidos, e posteriormente, no mundo todo. Mas, o problema maior é que o streaming só chega na Europa e na América Latina no segundo semestre de 2021. Para a Warner, isso é bom, pois o mercado fora dos EUA pode gerar altas bilheterias.

Essa decisão contestada por Nolan, vai contra o diretor e seu lançamento de Tenet em meio a pandemia, que rendeu US$ 360 milhões em todo o mundo. Vários cinemas estavam fechados e continuam fechados, pelo crescente número de casos de coronavírus dentro e fora dos EUA. Como prejudicou a bilheteria do blockbuster do primeiro semestre da Warner, junto de Mulher-Maravilha 1984, o estúdio não estava disposto a correr o risco novamente de adiar o filme de Gal Gadot mais uma vez. E mesmo com as datas de estreia ao longo de quase dois meses, sendo bem separadas uma das outras, Mulher-Maravilha 1984 tem o risco de não faturar o que é preciso, assim como Tenet.

Nolan ainda acrescentou, dizendo que: “A Warner Bros. tinha uma máquina incrível para fazer o trabalho de um cineasta em todos os lugares, tanto nos cinemas quanto em casa, e eles estão desmontando enquanto falamos. Eles nem mesmo entendem o que estão perdendo. Sua decisão não faz sentido econômico, e mesmo o investidor mais casual de Wall Street pode ver a diferença entre ruptura e disfunção.”

Em entrevista ao ET, mencionado acima, Christopher Nolan não poupou críticas sobre o plano da Warner ter sido tomado de forma equivocada e sem avisos prévios para seus maiores cineastas:

“Especialmente pela forma como fizeram. Há controvérsia ao redor disso, porque eles não contaram para ninguém. Em 2021 eles têm alguns dos maiores cineastas e estrelas no mundo, que trabalharam com muita paixão por anos nesses projetos que deveriam ser experiências na telona. Eles deveriam ficar disponível para a maior audiência possível… E agora serão usados como chamariz para o serviço de streaming – para uma plataforma nova – sem consulta. Então há muita controvérsia. É uma bagunça muito muito muito grande.”

Christopher Nolan não é o único diretor estrela do estúdio descontente com a decisão. James Gunn, diretor de O Esquadrão Suicida, ficou incrédulo com o anúncio, vendo que seu filme também irá para o streaming e cinemas de forma simultânea. 

Não só os dois diretores estão insatisfeitos com a decisão, mas os representantes de grandes estrelas da Warner, como Angelina JolieDenzel Washington, Margot Robbie, Will Smith, Keanu Reeves Hugh Jackman querem saber por que seus clientes não tiveram o mesmo tratamento que Gal Gadot e Patty Jenkins, acatando o ultimato da WB lançar Mulher-Maravilha 1984 no HBO Max e nos cinemas simultaneamente. De acordo com o NY Times, tanto a estrela da DC Comics, quanto a diretora, ganharam um bônus de mais de US$ 10 milhões para que concordassem com os termos de lançamento. Com tantas infelicidades, a notícia do Times ainda aponta que o Sindicato dos Diretores de Hollywood pode estar querendo boicotar o estúdio por conta do novo planejamento.

É bom salientar que, a Legendary Pictures também entrou em protesto contra a Warner Bros. mediante às ações aplicadas pelo estúdio. A Legendary detém 75% dos direitos de Gozilla vs Kong, ficando para a WB os outros 25%. A produtora foi abordada pela Netflix, para que vendesse o filme por US$ 225/250 milhões, mas a Warner bloqueou a venda. Até aí tudo bem, porém, após o anúncio do planejamento de 2021, a Legendary ameaça colocar uma ação judicial contra a Warner, pois só receberam o aviso 30 minutos antes de verem que Godzilla vs Kong e Duna também irão estrear em streaming. Vale dizer que o orçamento de Duna, que está na casa dos US$ 165 milhões, a produtora forneceu 70 milhões. Outras produtoras que trabalham lado a lado com o estúdio também serão afetadas e podem entrar na justiça ao lado da Legendary.

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Divulgação/Legendary Pictures

Diante de toda a polêmica, Christopher Nolan ainda concluiu ao ET que acredita na volta do cinema a longo prazo.

“A longo prazo, acho que todos esses estúdios sabem que a experiência de ir ao cinema vai voltar e se tornar parte importante do ecossistema. O que você tem agora em nosso negócio é o uso da pandemia como desculpa para lucro em curto-prazo. E isso é realmente uma pena. Não é a forma certa de fazer negócios ou a forma mais saudável para nossa indústria. Mas para quando cinemas retornarem e as pessoas voltarem a ir para os filmes, quando a vacina for lançada e tivermos uma resposta apropriada do governo federal para a área da saúde, estou otimista nos prospectos. As pessoas amam ir ao cinema e vão voltar a ele novamente”.

Ainda hoje, a Variety informou que John Stankey, o chefe da AT&T, defendeu o plano da Warner e entendeu o ponto de vista de Nolan, afirmando que a WarnerMedia só tende a lucrar muito com isso.

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“Sei que há muito barulho no mercado, pessoas com pontos de vista diferentes. Sempre que você mudar um modelo, vai criar um certo ruído.”

Ele ainda ressaltou que a decisão vem por conta do COVID-19, que cresce a cada dia e consequentemente, faz o estúdio adiar ainda mais seus novos filmes. Stankey disse que essa decisão é “uma maneira de entrar no mercado mais rápido”. O CEO da AT&T disse que: “A questão era: o que é melhor para lidar com esse ativo? Nosso sentimento é que há um ganha-ganha-ganha aqui.”

Nenhum comentário a mais foi dado pelo Grupo Warner Bros. Pictures. Assim que maiores informações saírem, iremos atualizar a situação.


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Gabriel Rodrigues Silveira http://critical-room.com/

Navego pelas águas misteriosas deste belo mundo do cinema, e procuro estabelecer todo o conteúdo possível, e mostrar os gostos de um jovem jornalista aspirante a cinéfilo. Mas, se perder a confiança em mim, confie nos outros integrantes do site.

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