Aviso: Crítica sem spoilers!
Uma mulher difícil de se entender, uma mulher difícil de se interpretar, uma mulher que ora possa parecer a pessoa mais graciosa e amorosa, ora possa parecer o ser mais frio e indolente do mundo. Não conseguimos decifrá-la. Essa é a proposta de A Vênus Loira, nos apresentar um estudo de personagem, afim de interpretarmos as ações e a incerta personalidade da protagonista.
Logo no começo do longa, nos é apresentada Helen Faraday, que, aparentemente, se sente satisfeita e apaixonada pelo marido. Mas por complicações de saúde do mesmo, e por falta de dinheiro, decide voltar a se apresentar nos palcos, que outrora havia desistido para se focar em seu casamento. Com o dinheiro em mãos, o marido parte rumo à Europa para se recuperar e deixa Helen e seu filho Johnny em casa. No entanto, ela não demonstra sentir falta ou se importar com a partida do marido, nos colocando em dúvida sobre o real sentimento que ela tem por ele. Partindo disso, acompanhamos uma série de eventos que nos fazem questionar sobre as ações, decisões e a índole dessa protagonista tão questionável.
Para dar vida a essa personagem tão conflitante, Marlene Dietrich, a diva alemã, entrega uma performance magistral. Ela equilibra perfeitamente os momentos de amor e ternura com os momentos de frieza da personagem, que sempre permanece por cima e não demonstra se abalar sobre qualquer situação. Afora as inventivas apresentações de cabaré, que Dietrich se encarrega de fazer ser um espetáculo.
A Vênus Loira é um ótimo estudo de personagem, com cenas marcantes, grandes atuações e uma história bem contada que nos leva por caminhos diferentes e inesperados. Um filme que, com certeza, merece ser lembrado e reconhecido.
Veredito
Um incomum e exótico estudo de personagem, A Vênus Loira é estrelado magistralmente pela sempre excelente Marlene Dietrich.
8/10.